domingo, 25 de dezembro de 2011

Um louco e ritmado...


... período (natalino)
sem assim esquecer a propaganda
que se faz deste momento.

Renove-se no pior sentido da palavra!!!

(Monique Ivelise)

sábado, 10 de dezembro de 2011

Diálogos de rua


Qual tua intenção, querido,
quando passa pela rua
e me fala as tuas tonterias?
Quando ao me ver,
deseja o meu corpo,
e elogia minha pele.
Que em dias de feiras,
servem para limpar
o teu vaso de obscenidades.
Em dias chuvosos,
permanecem na calçada fria,
em espera de uma moeda pequena.
E tu, querido, passa sem sentir,
sem o mísero entortar de pescoço.

Qual o teu desejo, quando olha pra mim
e saliva, ao dirigir teu olhar para meu corpo?
Se em momentos de rezas,
pensas em santas claras de rosas concebidas.
Se em diálogos,
não me dá a vez,
apenas pede que compre
o desinfetante mais barato no mercado.

Qual é, realmente, o teu desejo querido,
ao me descrever como o sexo quente?
Se sirvo de potra,
de reprodução para tua fazenda.
Ao pintar novos funcionários
para teu incrível estabelecimento religioso.
Não é verdade?

Então, me digas, querido:
depois desse gozo reprimido que tens sobre mim,
sobre meu corpo, o meu cabelo, e de minhas unhas,
como ainda transforma minha primavera,
na última esperança de minhas palavras?
Se faz do meu lugar, a vítima do meu abuso,
ao ver as únicas coisas brancas que existem em mim:
o fundo dos meus olhos.
Então querido:
me ofereces a promoção do dia?
Ou eu mesmo a roubo?

(Monique Ivelise)

Ideologia transparente


A escuridão da pele se dá conta
que foi afastada de outros tons,
de outras personas,
de outras mentes.
Fazendo dela, um sujeito sem cor
de discurso.

Em contramão,
transformou a sua rebeldia
em uma afiada lança,
também contaminada
de pensamentos inocentes imbecis.
Em contramão,
verificou a maldade da clara derme,
que foi brincar de casinha.

Em contramão,
se fez de ossos,
e foi a procura de vozes.

Foi a pele da escuridão
e criou a ideologia,
que hoje é utiliza em manuais
de sociologia.
Criou e não recebeu nenhum
por prestígio.
Apenas pensou, os outros,
que era repetido,
a pólvora de fora.

(Monique Ivelise)

sábado, 3 de dezembro de 2011

Despedidas


Eis o último suspiro realizado,
a última lágrima,
o último desejo.

Eis as trovas de carinho,
de servil encanto.
Os poemas de amor queimados.
Os links de histórias sem fim.

As últimas, mas ainda palavras
doces e aguadas.
Clichês permanentes
de um discurso obsoletidinados.
Mesmo que não desejados,
acompanham toda escrita de despedidas.

Então:
Vá fingidora...
Seduza o teu capataz
e seja louca na vida!!!

(Monique Ivelise)

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Uma vez, sempre

Por estrelas douradas, fazem seu brilho.
Por rubra cor, a ousadia.
De negro, a garra daqueles que sempre utilizarão o sorriso.
Em seu hino se faz o sonho
de incansáveis torcedores.
Do choro da derrota,
o motivo da guerra da vencida.

Não foi a bola que te fez,
mas as águas de louvor,
que te conceberam.
Assim, de tua mistura,
foram criados as pessoas mais felizes,
mais guerreiras, mais valentes.

O teu escudo é a malemolência
dos inteligentes,
e teu hino, o conforto aos ouvidos.

Se hoje é secular,
amanhá sera milenar.
Ao coro:
Uma vez, sempre Flamengo.

(Monique Ivelise)


Parabéns pelos 116 anos!!!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Invenção de heróis



Um dia uma criança já deve ter falado que queria ser igual ao Super-Homem, poder voar, salvar vidas, com sua capa vermelha. Ser um herói de quadrinhos, herói de uma nação.
Todos os dia, nossa boca criar novos heróis e mata os vilões. A cada momento, a cada instante, a cada minuto.
Todos os dias aparece na televisão, histórias das mais diferentes, mostrando a descoberta da medicina, ou o que usar no próximo verão, ou mesmo a vaquinha do Seu José que dança a macarena.
Também aparece complexas e maravilhosas operações policiais em comunidades, como é o caso atualmente. Entre fuzis, 12's e estilingues, uma coisa de louco. E também há um discurso poético, M A R A V I L H O S O, por atrás. Eis que surgem os heróis da pátria de bananas.
Eliminando todo o lixo para fora, como deve ser feito todos os dias, sem cerimônias. Aqueles que trouxe a salvação para vida de todos nós, leitor e telespectadores das 21:00.
E agora Cabral? Já resolveu o teu enigma, quando descobriu a Ilha de Vera Cruz?
E a ralé? O que sobrou pra mim poeta? O que se faz com a miséria, com a fome, com o desemprego, com a falta de poesia nas cidades? Já voltamos a ser cartão postal com o SuperMan ao lado?
Temos os nossos heróis e esquecemos a memória, somos felizes, jogamos futebol, logo após sambamos até a madrugada.
Somos o povo feliz e cordial, dos quadrinhos.
Somos a massa exótica, que voa e acredita em Peter Parker.
Vendemos todos os dias as nossas bananas para caveiras de canivetes.
Reproduzimos a diferença social, matamos Jesus Cristo e bebemos em Copacabana, martines e goiabas.
Olha para a favela agora, meus queridos, veja se o teus heróis estão lá, se houve UPP's necessárias (União de Políticas Públicas).
Diga meu herói, você vai abrir a janela e dar as esmolas?

(Monique Ivelise)

Entre raios e perfumes


Se hoje cuspo raios e trovões
Foi por que um dia
comecei a recolher raios de sol,
chuvas ensolaradas.
Plantei pequenas gotas
de lágrimas,
de diversos momentos.

Se despejo tornados,
maremotos e tufões
em teu favor.
Por que um dia,
aprendi a rezar pequenas ondas.
Comecei a manipular
pequenos remédio
sem sabor.

Cozinhei chuvas
sem sal,
sem tempero.
Eis que se fez as tempestades.
Separações e emulsões
de alecrim.
Juntamente com alfazema,
que se converteu em sândalo.

Ao assar as tuas palavras,
destinadas a outras,
aprendi como as fragrâncias
nascem e também,
como se gera os fenômenos naturais.

Ao magicar os ritmos,
me fiz de rogada,
me fiz de pura,
de santa.
E cuspir aquarelas negras.
Ao magicar,
me consumi em cheiros de ralo,
de esgoto, de peixe.
Ao magicar os sonhos,
tornei-me sem conjugação.
Apenas um raro exemplo
de exceção.

(Monique Ivelise)

domingo, 13 de novembro de 2011

Cenário de acordes


Sempre andei sozinha pelos trilhos
Pelas agulhas, pelas palhas.
Fui pela linha lilás,
atrás de aviões de papel.
Atrás das nuvens de vento,
esperando um sopro de verdades,
Sopro de paçocas com leite,
com biscoitinhos de mel com canela.

Corri por janelas solitárias,
em busca de corações azuis,
com pintas vermelhinhas.
Com abelhas zunindo,
peças de Betovem com a bumba
e triângulo.
Eta coisa!

Sai por planos ocultos,
conversando com mestres de rock,
pulando vazantes com formigas,
dançando melodias com surdos.
Em planos ocultos,
minha mente afastada,
do meus.

Sai por ai,
vivi sozinha
através de sonhos vendidos
no comercial da novela.
Enquanto se vende
uma vida perfeita.

(Monique Ivelise)

sábado, 12 de novembro de 2011

Medidas

A minha liberdade
por um grão de arroz.
Aceitas?

A minha sorte,
por um tapa na cara.
Ainda que leve,
mas arrogante.

O meu corpo,
por uma laranja,
doce e sem sementes.

Um preço justo
por coisas sem o uso devido.
Um preço devido
tuas pretensões.

De meias patacações,
de meias loras,
de 1/2.

A minha palavra
por uma moeda.
Escolha qual valor.

Aceitas meu senhor?

(Monique Ivelise)

Posso?


Posso poder o teu poder
de pedir a tua mão para
uma viagem de pedaços.

A tua mão de pancadas,
totalmente ironizadas,
conceitualizadas, esmagadas;
mas ainda mãos.

Posso pedir os teus olhos,
os mesmo que sempre dizes
em tua poesia.
Olhos de ressaca, brancos,
negros, mulatos, são os olhos.

Também posso pedir teus pés,
cansados, descalçados, descarnizados;
Pés de atleta, atriz, de moleca.
Ainda pés.
Pés.

Posso pedir teu beijo,
que outros já foram feitos,
em outras bocas.
Beijo de sorrisos,
de morte como uma viúva negra.
Beijos frios, distantes.
Distantes beijos.
Ainda beijos.

Posso?
- Não!

(Monique Ivelise)

sábado, 5 de novembro de 2011

Common - Blue Sky (Official Video)

Artigos baratos


O novo programático sonho
de um povo,
se fez diante do som de cola.
Aquele povo que aplaudiu,
as montagens de peças nazis.
Aquele povo que matou
o senhor das escrituras.
Oh povo sabido!

Oh povo de moedas,
de ouro de mestre.
Oh de céus azulares.

Construiu assim
a nova dinastia,
de mortos e loucos personagens.
Construiu assim,
a nova empresa de abridor.
Destruiu assim,
a sua maneira.

Se não acredita,
bem vindo ao inferno
de emoções baratas;
de lágrimas baratas;
de artigos baratos.

Encontrados na seção de 1,99

(Monique Ivelise)

domingo, 30 de outubro de 2011

Pare!


Pare!
Os seus olhos se fecharam
e foram por ai,
atrás das voltas que não voltam.

Foram viver,
enquanto tu, digníssima,
descreve-os.
Segundo o versículo
do livro esmaltado.
Segundo a prece sem fé,
do puro escrevista.

Sente!
Veja os trucídios do século nascente,
entre conversões de lixo
em corpos.
A beira da invisibilidade,
dos mesmos olhos brancos.
Veja o que se transformou
a ideologia da patente.
Aquela, carinhosa, ideologia
de tortos.
Converteu-se em símbolo contrário.
A fonte do afastação.

Acomode-se senhor:
as tais figuras representadas,
podem ser encontradas facilmente.
Junto com elas,
munição de reclamante,
prestes a estourar.
Apenas abra a janela,
a explosão se dará, meu senhor.

A explosão se dará, meu senhor.
A explosão; meu senhor.
Explosão meu.
Explosão.
Meu senhor.
Senhor?

Explosão!

(Monique Ivelise)

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Rendição

Quero ver sob à sorte,
sob os olhares de meu,
quem sei que fosse.

Fosse talvez apenas um
sonho.
De figuras (in)lustradas
entre céu, de tua posse.
E o outro, que se rendeu
a maioria.
Rendeu-se e se foi.
Foi para nunca mais
servir.
O coração de alguém
que nunca se
rendeu as palavras.
Não se rendeu aos sonhos.
Não se rendeu ao não.

(Monique Ivelise)

Rabo de olho


Ainda sinto o perfume
do beijo do rosto.
Feito de sonhos científicos,
cordial e pacífico.
Do abraçado beijo seminarista
Do querido e idealizado abraçado beijo.
Do querido e abraçado virar de
olhos para direita.
Virar?
Um medar de olhos
fuzilante.
Um virar para esquerda
direita pra trás.
Quem sabe visualizar
outra cena transparente.
Visualizar, quem sabe, um sorriso xadrez
à esquerda, da sua esquerda.

Enquanto isso...
o grande, o grande, falava
o senhor que mexia, tremia
a mesa.
do tempero do cantinho que
algo pudesse ficar quietinho.
Dizia ele.

Outro, enquanto isso...
Surgia o rabo de olho
para o olho acompanhado
da direita, da sua direita.
Que também vigiava o
meu olhar da esquerda,
não para minha direita
e da sua esquerda.
Quem sabe do meu sorriso,
escondido e calado.
Vivendo acabado
mundo das flores brancas,
claras brancas claras flores.
Vivendo entre rabos de olhos
para minha direita.
Vivendo vigiado entre
flores brancas claras,
e sorrizados.

(Monique Ivelise)







terça-feira, 18 de outubro de 2011

Miserar


Ei rapá!
Não vistes a placa?
É surdo? Cego?
Então vá, segue-a;
É para o bem comum
dos hipócritas.
Aqueles que pagam o
teu mísero salário.
Aqueles que pagam a
tua sorte, a tua inocência.
Tal ação ajudará
as minha finanças pintadas.

E ai camarada!
Entendeu?
Mesmo que o mundo de dê
paios, está ai a placa.
Vira gente, seu verme!
É tão difícil assim.
Soletre-as assim:
"É proibido sonhar".
Não foi difícil né.
Então volte a
miserar.

(Monique Ivelise)

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Deixo

Deixo
os raios surgirem no meio
dos teus olhos.
Deixo
fugir as brincadeiras
de pequenos repentistas.
Deixo
as letras surgirem delante
a frente do bastardo
sortudo.

Fazer assim,
um silêncio de barulhos,
para correr em outra direção.
Correr de ti,
amante de segundas e quintas.
Correria
de passagem.
Correr de teus hábitos
de menino crescido;
esquecido das intransigências
da celeste vida.

Deixei, corri
e vim escrever
tonterias de pingos
de pimenta.

(Monique Ivelise)

domingo, 9 de outubro de 2011

(In)lembranças

Se você voltasse, seria um deserto.
Se você dançasse, seria apenas um vulto.

Como estou cansada de cópias:

Calma!
Eis o puro exercício
do nada sobre nada.

Tudo que fizer,
será apenas um espelho.
De editações ou escarneações.
De besteiras.

Mantenha-se!

Perto de ...
De que mesmo?

Furei a fila,
e foi, eu mesma,
comprar meu passe de liberdade.
Da coisa que nunca quis.

Mais um pouco!!!

Parada no meio
do ...
joguei um artefato curioso
na janela,
e só encontrei pétalas,
dentro da rachadura.
Somente água,
querendo sangue.

Espere!
Não?
Então:
Retire-se.

Não há medo do que faz
pela ausência de sons.

(Monique Ivelise)

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Segredinho

Quando uma palavra, o não.
Quando um ato, a recusa.
Quando a virada, desaforo.
Sob a festa, o sonho.
Da notícia, um alento.
Entre a pessoa, a mentira.
Pela pele, um trocadilho.
Perante a confusão, a liberdade.
Um louco, o desentendimento.
Do pouco a mais, o céu.

Sobre a minha palavra, o choro.
De meu ato, exótico.
Minha virada, pulada.
Notícias minhas, perante um pouco.
De minha festa, apenas os sons.
De pessoas, nada sei.
Pele minha, rarefeita.
De confusões, habituadas.
Da loucura, uma iniciante.
De pouco a mais, quem sabe um possível entendimento.
De pouco a mais, tua eliminação.

De restante, apenas um segredo.
(Monique Ivelise)

sábado, 1 de outubro de 2011

Vitrines de luxo


Produtos esquecidos.

Somente a Esperança


Quanto vale o nosso arrependimento. Na situação, que se encontra um nobre pensador. Elevado pela consequência dos erros da vida...Ele pensa, que ninguém pode ver o seu arrependimento. Pelo fato, dele estar privado num lugar de tormento. Ele perde, o contato com o mundo lá fora. Ele se sente preso nos grilhões da vida. Excluído pelas pessoas que deveriam acreditar nele. De repente, no lugar em que se encontra. Daí, no meio de toda aquela atribulação. O nobre pensador, sente em si mesmo, uma enorme força de vontade. Que o faz enxergar, que nada está perdido. Que ainda há esperança na vida dele. E toda esta força que brilha dentro dele. Revela um Deus, que vê o seu sofrimento. Todo o seu arrependimento. E vai fazer de sua vida um novo capítulo. E logo o nobre pensador, se emocionou, com tantas emocões boas. E apesar da situação em que se encontrava. Pôde ver, a sua liberdade através da esperança.

M. J.




*Texto de um chamado "infrator" pelos outros, que vivem dentro da dita "sociedade oficial" e tida a melhor.
São palavras que se fazem por meio, de todos os desenlaces feitos por tal feitoria, de costumes e produtora de diferença e de exclusão.
Quem disse que a arte não faz do esquecido?

Antídoto


Me abandone,
Me ignore,
Me negue.
Faça o que quiser. Faça.
Não se engane se um dia, se um dia.
O veneno for inserido no próprio produtor.
E daí surgir um novo gauche,
que sadaliza toda sua macunaimez.
O processo ser invertido,
contra sua própria acidez.
De gentis inocentes.
De poetis safis.

Então, meu caro amigo:
olhe a tua esquerda,
os piores venenos,
são os doces.
Os piores olhares,
aqueles que não se percebem.
Já as palavras,
as pequenas.

(Monique Ivelise)

sábado, 24 de setembro de 2011

O som calado


Um tapa de luva sobre tua face,
que se fez novamente os elogios
de minha estranhez.
Sob a minha cor,
de fechados contornos
e claras histórias.
Sob minha forma corporal,
de pícara.

Aquela que modernizou
todas as ondas de azul marinho,
de transmissão de vozes.
Aquela, que sou,
mais que um som calado.
De atos programados
pelos grandes amostradores.

Aquela,
que fez sua condição,
imposta pela genética,
apenas um assassinato.
Assassinato de culturas,
de navalhas,
de receitas.
Mortes de posturas
de jambos dermáticos.
Morte dos olhos,
dos olhos.
Apenas um tapa de luva.

(Monique Ivelise)

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Só queria mudar de resposta

A única que sai da minha boca
é o não.
A tal interjeição presente
em todos os ramos da sociedade.
Aquela que nega todos os ares
de uma nova cena.
Que nega a possibilidade
de algo que nunca se fez.

A palavra, esta, não segue
nenhum modelo de cordialidade;
de receptividade.
Ora, nenhum, caro senhor.
Um único e repetido,
não de trajetórias,
mas de balanços.

Então?
Como mudar?
Acredito que nunca,
converterá em açúcar.
Permanecerá intacto
e irreversível.
Ainda não posso transformar
ouro em melodias.

(Monique Ivelise)

Roteiro de madrugadas


Sobre a madrugada,
que vejo os olhos da palavra.
Aquelas palavras que se fazem
a partir da aventura,
que não foi feita para mim.
Aquela aventura que se apresenta
doce, uma calda de açúcar queimado.
Porém, transforma-se em pequenos
invernos: frios e amargos.
Aventuras de mim,
querendo fazer de mim
a segunda da vida,
não mais ser dona de nada.

Ainda sob os olhos da hora
adiantada.
Vejo que a loucura se foi
e o que ficou foram vários devaneios.
Ficou apenas uma escultura oca,
amaldiçoada e ainda quente,
das histórias sem par.
Sobre um dia

domingo, 18 de setembro de 2011

Costuras de menina


A minha malandragem
se confunde com a ironia
de alguém que fora chamado
para guerrear

A minha ginga
se faz dos retalhos de chita
de minha saia colorida.

A meu balanço,
foi um samba preso,
pela perseguição
do outro infeliz.

Eu menina,
de renda na pele.
Que sonha de messalina
de cordéis.
Que sonha em mundo amarelo.

Eu menina,
Que fala o não,
mas queria o sim.
Apenas eu menina.
Brincando de tornar-se
uma pequena mulher
costurada de fitas
do Senhor do Bonfim.

(Monique Ivelise)

domingo, 11 de setembro de 2011

Pesadelo

Musa dos sonhos?
Nunca.
Talvez de pesadelos,
incalculáveis.
Não faça, o que não sou.

Palavras doces?
São jogadas no lixo,
juntos com os ovos podres.
Atos impensados?
Queimados juntos com os
pecados de fora.
Mensagens invisíveis?
Como já era de imaginar,
apagadas.

Se isso é um sonho,
viva de tristezas,
de lágrimas.
Com as brincadeiras de má-fé,
que faço com as tuas intenções.
Se isso é um sonho,
continue a vivê-lo.

(Monique Ivelise)

sábado, 10 de setembro de 2011

Musiar

Meus ritmos se vão por ai;
atrás de instrumentos encantados.
Atrás de uma música ideal,
sem percalços.

Minhas sintonias,
te encontrarão
em outros ares.
Atrás de Hades,
Talvez de Ogum,
ou mesmo da Trindade Santa.

E assim se vão,
criando batuques,
rebates e atabaques.
Se vão, através das sensualidades
ditas de meu corpo embaçado, borrado.

E vão, fazendo
o que chamam por ai
de músiar.

(Monique Ivelise)

sábado, 3 de setembro de 2011

Destruição


Acabaram-se os planos,
as tentativas de viver.
O juízo já não me prende,
não mais.

Acabou o pensamento,
e todas as teorias.
As longas teorias que
explanam de alguma coisa parecida
da chamada realidade.

Acabaram os sonhos,
a ilusão do perfeito.
Também as luzes das ideias.

Acabou a menininha,
com meiguice singular,
cheias de planos e sonhos.
Se fodeu na vida.
Agora é mais conhecida
como a desconhecida.
A tal assaltante
das quebradas.
Acabou-se.
Finalmente foi viver.

(Monique Ivelise)

domingo, 21 de agosto de 2011

Um nome

Queria dizer um nome,
mas minha vida não deixa.
Aquele que não posso falar,
aquele que só posso ser nada.
Aquele que vive,
em órbita ancestral,
sem ligação com a Terra.

Queria que esse nome,
acordasse pra realidade.
Esse que não tem sobrenome.
Sem família.
Sem posse.
Apenas um nome.

Que faz de mim,
um esteriótipo de poetiza,
que vive triste,
por nunca alcançar a alegria.
Apenas idealizadora,
que vive em função da espera,
somente da espera.
Espera,
espera,
espera...

Apenas um nome,
e muitas esperas....

(Monique Ivelise)


sábado, 20 de agosto de 2011

Fotografias envenenadas


Amanhã verás em meu retrato,
que posso ser mais que
uma senduzante,
de teu lábios.

Verás olhos diferentes
dos meus.
Verá uma boca,
daquela que beijou.
Verá mãos mais firmes,
do que aquelas que te acariciaram.

Em meu retrato
pega fogo de ironias.
Pega sua inocência,
quanto aos atos idealizados.
E com ela,
brinca de interessado.

Poses,
pistas são.
Enigmas talvez.
Poses,
assassinatos da fé.
Trucidações de tuas palavras.

Amanhã, quando verás meu retrato.
Sairá mais confuso que antes,
e muito mais envenenado.

(Monique Ivelise)




sábado, 13 de agosto de 2011

Vai entender

Se veio, não vi.
Se cantou, parei.
Se beijou, cuspi.
Se acariciou, manipulei.
Se comeu, envenenei.
Se morreu, parti.
Se voltou, rezei.
Se pedi, quebrei.
Se encarnou, salguei.
Se insistiu, macumbei.
Se desistiu, chorei.

E quis tudo de volta.

(Monique Ivelise)

Então Toma - Emicida (Videoclipe Oficial)[Vote TOP 10 MTV E TOP MIX]

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

E agora doutor?



Com licença, digno senhor
por acaso tens algum trocado,
pois tenho família,
que não tem nada para comer.

Estou aqui,
pois a vida não foi nada fácil pra mim.
Tive que comprar palavras duras,
tive que engolir todas metáforas
do seu mundo.

Alguns, quando me escutam,
acham que tenho uma linguagem bonita,
porém esta só a faço
como forma de aparecer
para senhores como tu.
Sei que essa é a única que
finge ouvir.
É a única que finge devorar,
pois sei que tu,
é um grande analfabeto
de palavras.
Como eu, sou de comida;
de oportunidade.

Então doutor de traje ternado,
tens alguma ajuda nos
teus bolsos?
Uma moeda que seja
que gastaria com a compra
de uma alma.
Vou agradecendo,
por minha sina,
de descobridor de palavras.
Vou amaldiçoando,
a tua pena,
que poderá sentir.

O que peço aqui
é um pedaço de pão;
não um ensinamento
de Chacal.

(Monique Ivelise)

domingo, 7 de agosto de 2011

Se foi a intenção...


As entre-linhas já não são necessárias,
pois os motivos já sumiram.
As iniciativas também.

Os encantos se foram juntos
com o correio.
Se foram para um lugar desconhecido,
através de um remetente invisível.
Apenas se foram.

As meias palavras estão sendo apagadas,
por meio das ações também apagadas.
Estão indo embora em busca
de novos sentidos incompletos.
Em busca, quem sabe,
de novos suspiros
de novas paixões.
Longe das amizades pueris.
Longe de tudo que é concebido,
por minutos intencionados.
Longe de uma história que
se fez apenas nos meus
sonhos.

(Monique Ivelise)

Vende-se alegria


em pequenas parcelas de tristeza!!!

sábado, 6 de agosto de 2011

Meros detalhes

A minha história não se faz
de acontecimentos,
mas de luzes.
Aquelas que se acendem
caso uma loucura se guie.

A minha história não se faz
de números,
mas de letras romanas.
Que estavam na sua boca ao acordar.

A minha história se faz
de gases
para ferimento.
As tais encontradas
em qualquer pronto-socorro.

Se fez de ataques,
de expulsão,
de exclusão.
De ões sem aumentativos.
Sem sentimentos.
Apenas comentários.

(Monique Ivelise)

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Animal sem estimação


Quantas vezes parei no meio da estrada,
esperando carona do desconhecido.
Quantas vezes não dancei até o final,
esperando a sorte de ser acompanhada.
Quantas vezes, não é meu amigo.

Sujei todas as paredes de amarelo,
esperando um raio de sol.
Molhei todo o chão de água,
esperando a maresia.
Quebrei todo o teto,
esperando sentir o cheiro de café novo.

Tornei-me um animal,
onde as lembranças foram embora.
Tornei-me um animal,
onde todas as ações tipicamente humanas
foram extirpadas.
Tornei-me animal,
para alimentar dos restos dos sonhos.
Tornei-me animal,
que desistiu da espera.
Animal sem estimação.

Como não sou estimada,
procurei novas histórias,
novos passados.
Como não sou,
as vezes tornaram completas.
Como não sou,
estou presa às vistas
do público a passeio,
que admira a nova atração.
Como não sou,
virei gente.

(Monique Ivelise)

domingo, 31 de julho de 2011

Palavras

Minhas palavras, cegas.
Meu pastor, morto.
Minha fé, perdida.
Meus sonhos, acordados.

O que me resta?
A noite calada,
sussurrando
uma vida que poderia
ser a minha.
No entanto, não é
e não será.

O que me resta?
Sabotar
todas as trajetórias.
Sabotar
os tais sonhos.
E passar a arranhá-los.
Sufocá-los
Esmagá-los
Fazê-los de comida,
e assim deliciá-los.

O que me resta?
Aplaudir a
triste desaventura.
Aplaudir a voz
da minha cabeça,
que clama por
saudade.

(Monique Ivelise)

sábado, 30 de julho de 2011

Esperas


Espero por uma palavra,
sua, diferentes das outras.
Espero, por um olhar,
diferente do meu.
Espero pelo novo,
um novo de você.

Esperei pelo ferimento,
pelo ataque.
Esperei pelo sussurro
de tua parte.
Esperei pelo desconexo.
Pelo desengano, por encantamento.
Esperei, esperei.

Esperava por atos,
não concretizados.
Esperava por beijos,
mal dados.
Esperava por sorrisos,
por posturas.
Esperava.

As tais esperas
ficaram esperando.
Os sonhos crescendo,
sonhando em um dia,
não mais ser espera,
no coração da menina,
que espera ser feliz,
sem mais alguma espera.

(Monique Ivelise)

terça-feira, 26 de julho de 2011

Cliente da modéstia


Que se foda essa porra.
Oh digníssimo espaço pervertido,
Es tu cliente da modéstia,
que saboreia teus incríveis bombons.

Que vá, com prazer, à merda,
Tu que é vestido da
minha pura seda javanesa.
Tu, que faz parte de projetos sociais.
Tu, que sai nas fotos oficiais da ONU.
Tu, mestre da unha do pé de Baudelaire.

Tu compra inocências,
Tu que pinta a cara de verde e amarelo,
e faz discursos brancos.
Que se foda.

Sei que minha linguagem te provoca,
mas essa é única que irá sangrearte.
Meu chulo dialeto,
Minha desgarrada posição,
Meu olhar mulato,
minhas joias de plástico.
São essas responsáveis pelos
ataques que virá a sofrer.
Permanecerás ai?
Esperando pelo golpe final,
da analfabeta aqui.
Decida você!

(Monique Ivelise)



segunda-feira, 25 de julho de 2011

Dia do escritor

Hoje é dia de loucos, que vagueiam pelas palavras. As vezes sem saber onde estão pisando, ou que estão pensando.

Não pense que com isso, estão em lugar superior, pois a torre de marfim já foi demolida há muito tempo, pois não estão. Estão sabe lá onde!

É válido comemorar o nosso dia (sei que é ousadia me considerar com tal).

Então senhores e senhoras aproveitem seu dia de loucura!!

Não ser louco de pedra, quem sabe ser louco da palavra.

Parabéns!!!

sábado, 23 de julho de 2011

A rotina da pretinha


Ai vem a pretinha,
com seu cabelo pixaim alisado.
Andando pelas ruas,
fingindo de ser gente.
Esperando ser reconhecida
pela vida.

Lá vai ela,
com sua sensualidade
de mulher com pele queimada.
Lá vai ela,
com a sina da mesma pele.

Esperam por ela,
pratos sujos, casas pra arrumar,
um samba mal feito.
Mesmo assim, lá vai.

A pretinha, assim reconhecida,
vai abrir as pernas
em um lugar qualquer.
Ao seu lado,
as baratas, as moscas.

O seu final:
Não se encontra nas novelas,
nem nas vitrines.
Foi esquecido pela mesma.
Tornou-se tema dessas palavras vazias,
que mostram, mas não transformam.
Tornou-se poesia nas mãos
de uma, também,
qualquer.
Também de pele queimada,
de cabelo pixaim alisado.
Que também abriu as pernas
para um mundo esquecido.
Tornou-se a puta das palavras.
Decidiu ganhar dinheiro e atenção
com as tormentas dos outros.

Então se foi ela:
sozinha,
esperando ser alguém.

(Monique Ivelise)

Enlouqueça



Aquela que se faz no íntimo,
sensual e sexual.
Que se faz de fingimentos,
até de palavras.
De toque,
de suspiros.
De poesias sujas,
de desejos.

É hora de ser louco!
Ser fingidor.
Ser gauche.
Ser amante.
Ser assassino.
Não ser.

É hora de sujar as paisagens.
Sem respeito.
Sem pudor.
Sem cor.

É hora de viajar.
Sem explicações.
Sem destinos.
Sem.

É não é!
Então:
enlouqueça!
Ou algo melhor para fazer?

(Monique Ivelise)

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Teatro grego

Ladies and gentlemans:
Tenho o prazer de apresentar
uma trama que vai surpreende-los:

Eis que inicia o primeiro ato:
A pobre donzela ao vil amante:

Não se engane com os meus olhos,
pois os mesmos só se fazem de inocente.

Não deixe se seduzir por minha boca,
ela te amaldiçoa,
te engana,
te mata.

Não acaricie minhas mãos,
elas não esquecem,
elas, sim, machucam.

Faça de mim,
um fingidora,
que se tornou poetisa.

Faça de mim,
a viagem,
da delirante história.

Finalmente,
faça-me de assassina.
Que trucida tuas palavras.

Oh pobre senhor!
Encantaste com minha formosura.
Agora espere as consequência.
Bem que te avisei!
O teatro já foi iniciado.
Bom espetáculo!

(Monique Ivelise)

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Escondi minhas falácias...


... atrás dos teus olhos.

Uma de minhas máscaras


Alguns me chamam de amiga, aquela que pode contar para vida toda.

Outros falam: - Que fingida, não presta nenhum centavo.

Têm outros que: - Ui! Que olhos!!

Ai vem uns: - Que boba, vê se cresce! Você é criança demais!

Tem aqueles, que quando passo: - Eta! que morenão, você é chuchuzinho da minha marmita!!! Te dou casa, comida e roupa lavada.

Também aqueles: -Vá estudar, tá muito ruinzinha! A vida não é só festa não garota.

Minha mãe: - Desliga essa música, minha filha!! Já tô com dor de cabeça!

Meu irmão: - Para de dançar!! Você não cansa não?

Meu pai: -Cala a boca!

Um cabra qualquer: - Tú é chata demais!!!

Os admiradores: - Um dia eu vou ficar com você!!

A senhora na rua: - Como você cresceu, eu te vi tão pequeninha, no colo da sua mãe.

O padre: - Deus toma conta dessa pobre alma!!!

Meus inimigos: - Tua hora tá chegando sua &¨%#!!!

Tem outros:- Você até que escreve bem, mas procura treinar, tá!

Um amigo: - Preta, pará de ser teimosa, quantas vezes que já te falei que ele não presta, se você insistir nisso é porque é burra!

Outra pessoa na rua: - Você é a cara daquela menina que fez as Patricinhas de Beverly Hills.

E eu com isso!!! E daí?

Teve outro, um dia desse: - Não consigo te desvendar, são tantas em uma só.

Aquele lá: - Desde o dia que te conheci, não consigo tirar você do meu pensamento. Só tô te pedindo uma chance, será que é demais.

Outro: - Quer passar aqui em casa pra comer uma galinha portuguesa (acho que é essa nacionalidade mesmo)

Em compensação: - Não quero mais problemas na minha vida, e VOCÊ, é um! Vê se me erra.

Um amigo: - Tenho um amigo que te acha linda.

Uma conhecida: - Tá querendo jogar na minha cara!! Sua bruxa.

Outro irmão, pelo menos eu considero: - Sua poia!!!

O que estava do meu lado: -Não chora não, deve tá chorando por causa de homem. Ele não deve te merecer!!!

Até que me fez rir!!!

Finalmente eu: É aquela garota de cabelo pixaim, que usa prancinha, mas as vezes usa cachinhos. Que nasceu com olhos mais claros do que seus iguais. Aquela preta, que as vezes finge de ser gente,

Um pouco vingativa, nada que um pouco de sal resolva.

Totalmente perigosa, com as palavras e as sua ações, e principalmente, seu olhares.

Adora dançar, imitando os clipes musicais que vê na televisão, mesmo que faça tudo errado, tá nem ai!!! Gosta de música, mas não as que todo mundo gosta, tem as especificas. Não é qualquer coisa não!!

Sonha que é princesa do egito, e faz compras na 25 de março. É agente especial do FBI, uma dançarina famosa, que tem muito dinheiro.

Torce para flamengo!! Tá nem ai pro restantes dos times!!!

Lê e tenta escrever, um pouco do que eles chamam de Literatura. Tá indo!!

É ela, a tal morena, cor de jambo, que falta pegar um pouco de sol.

Se veste como quer, tá nem ai pra moda. Veste o que acha chique!!

Só esqueci de falar que é doidinha, na verdade, adora viver na loucura. É seu habitat natural.

Acho que essa sou eu, ou uma muito parecida, quem sabe um clone.

Eta criança louca, que é feita toda de pecado, com muito de serpente e muito de mulher.

Apenas cuidado com o veneno, esse mata!

(Monique Ivelise)

Sombras


Acabei com a imagem
da santa,
que tú, senhor,
fez de mim.

Acabei com os sorrisos,
os mais brancos,
de mim.

Acabei com a gentileza.
Com o carinho,
com o amor.

Hoje:
Descolei do espelho.
Sou apenas uma sombra,
sem guia, sem destino.

O meu olhar
se encontra borrado
de negro.
A minha boca,
sangrando.

E tú? Capataz.
Zomba de meu desfalecimento.
Zomba de todas as palavras.

E tú?
Foste para o inferno?
Acompanhar a minha sombra.

Enquanto isso,
Vago por ai.
Esperando novas vítimas.
Em busca de energia.
Não irá me reconhecer,
porém cuidado.
Pois:
Depois que os gatos saem,
os perigos saem para festa.

(Monique Ivelise)

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Conversa abstrata

Ao espelho:
Parabéns para você!
Não tens nada!
Não tens amor,
não tens amizades,
não tem dinheiro.

É apenas uma fingidora,
finge de amar,
finge de sonhar,
finge de ter.

É apenas uma fingidora,
de palavras,
de metrificações.

Como finge!
Na realidade,
não é nada,
pobre maldita.

Vive vivendo a vida dos outros,
pelas fotografias,
por cenas de filmes.
Não vive!
Finge!

Que preço pode haver por sua ousadia?
A morte? Não!
A vida sem sombra!
Sem nada!
Sem ninguém!
Sem ar!

Que preço poderia haver?
Oh pobre maldita,
sem conduta.
Por que não é
igual aos demais?
Agora saia pilantra.
O que vejo neste espelho,
é uma amostra de covardia.
Vá! Vire em percevejo
e pule.
Vá! Tire-me de mim,
o desprazer de olhar-te.
Vá fingidora!
Seduza a teu capataz!
Finja!

(Monique Ivelise)

sábado, 9 de julho de 2011

As sirenes

Enquanto as sirenes passam,
estou eu aqui suspirando
por palavras inválidas.
Estou aqui,
fingindo de fingidora.
Estou aqui,
fazendo de poetiza.

Enquanto lá,
o mundo vive e
brinca de não ser.
Enquanto lá,
os animais se devoram,
com calda de chocolate.
E eu, estou aqui,
sem saber para que lado ir,
só ouvindo as sirenes,
bem ao longe.
Como fosse mais uma música
das rádios.
As sirenes e eu aqui,
tomada de palavras,
que não fazem um sequer ruído.

As sirenes e eu.
Aqui

(Monique Ivelise)

domingo, 3 de julho de 2011

Linhas de uma prostituta pensante


Um lance de dados
em sua direção.
Um lance de raios,
ainda em sua direção.
Um lance seu
que inverte a minha órbita.

Dona sou, da inerte loucura.
Que o irrita,
o prende
e o doma.

Dona sou de nada,
de nada que me junta a você!
De nada que me liga
ao mundo servil!

Mulher sou de rua,
que cobra por prazer,
de imundos cavalheiros.

Mestranda sou
de teorias caídas.
Ao mesmo tempo
do programa.

Deusa sou
de ti,
imbecil pagante
por infinitos minutos
de aproximação.

O que faço?
A cada dia, a cada noite
procuro por novos imbecis
em busca de prazer.
E cobro por isso
míseras moedas.

O que não faço?
Não cobro nenhuma ternura,
nenhuma compreensão,
muito menos, nenhuma docilidade.
Apenas abro as pernas
em função de um sistema;
em função de palavras
fundantes.
E desato em uma montaria,
um corrida, uma competição
a la presente.
Sirvo, sim, o meu corpo.
Sirvo, sim, o meu gozo.
Porém, minhas palavras, estas,
são livres e soltas.
O meu pensamento,
e principalmente,
a minha loucura.

Serve?

(Monique Ivelise)

sábado, 2 de julho de 2011

E ai irmão?

Ebulição

Fez-se a explosão!
Tchibum!
A revolta da revolução,
do bem amado do infeliz.
Se quebrou
a cara branca de vidro.
Se quebraram
os pedestais de mármore.
Plaft!
Destruiu-se a moral
vigente do alto.
Destruíram-se as folhas
de cada árvore,
de cada sorriso.
Tipum! Tipum!
Nasceu o jogado de fora,
lá no centro.
Nasceu a voz,
que está aprendendo a cantar.
Alçou voo as palavras.
Fufuuuuu....
Ebuliu a vontade prendida.
Esparramou por todas margens,
queimando todos os pés.
Uhhhhhh!!!

(Monique Ivelise)

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Onde está você?

Acorda

Acorda senhor!
Não vê o que se passa?
Não vê o que acontece?
Acorda-te!

Não sabe a direção do meu olhar?
Do meu sorriso.
A direção dos meu toques,
Acorda!

Acho que a burrice não é dos
teus pre-requisitos.
Se fazendo de mal entendido.
Oh, burro senhor!

Chega de conselhos,
de amorecos.
Acorda!
Chega!
Acabou!

(Monique Ivelise)

domingo, 26 de junho de 2011

Como se faz?

Faz-se a música com barulho,
com baaaruuuullhhhooooo.
Muito por sinal.
Faz-se a música,
com palavras femininas:
rosas e oblíquas.
Faz-se a música,
com passos de luto.
Comemorando a morte
da insensatez de coisas.

Como se faz um poema?
Então, meu irmão?
Com palavras?
Com músicas?
E ai? Meu mano
Escreve ai!!!

Acho de baaaaruuullhhhoooo,
de palavras femininas
e com passos de lutos,
que estavam comemorando
a tal morte da insensatez.

E agora:
É música ou é poema?

(Monique Ivelise)

Mentiras


Uma lágrima,
apenas uma lágrima,
apenas uma.
Que soltei por ti.
Pelo seu desprezo.

Foi apenas uma batida,
forte porém única,
em meu peito.
Diante da amargura da tua voz.

O que faço?
Esqueci das imagens.
Dos lapsos de memória.
Das palavras.
Dos sonhos.
Dos gestos.
Teus.

Retomo a pergunta:
O que faço?
Escrevo e viajo
na mentira de um futuro.

(Monique Ivelise)

Sexo com c

Não condiz a minha postura com
a inegável herança de ironias.
Herança branca de brados retumbantes.
Herança de prostíbulos viciados.

Minha conduta se faz de modernidades.
De puteiros sedentos por destruição,
por aparecer, por ganhar voz.
Que se faz de sexo de palavras,
de ideais desprivilegiados.

Minha conduta,
perversa,
imoral,
dolente.
Te prende, te trucida, te mata.

É levada a julgamento,
das grandes senhoras do respeito.
Sem qualquer defesa.
Só em meio de civilizados.
Só, a selvagem conduta.

Pegou 30 anos de cadeira,
sem direito a súplica.
Sem nada,
sem nada;
nada.

Hoje, trancafiada,
em uma cadeia de alta periculosidade
(que palavra bonita!)
Muda, conduta!
Hoje, há mais condutas
do mesmo jeito.
Transando pelas avenidas,
sob os tais olhos,

Há como prender?
Diga você!

(Monique Ivelise)

domingo, 19 de junho de 2011

Fort Minor - Remember The Name (OFFICIAL Video) HD

Diga-me um nome


Qual é o preço de quem vive?
Que paga com seu sangre
a bebida de alguns.
Que paga com sua felicidade,
a imagem ao espelho de outros.
Qual é o preço?

De quem traga em seu desespero
para viver com incríveis segundos
de uma possível atenção.
Enquanto, há outros que brincam
de divindades,
escolhendo o futuro.
O que se faz?

Com um corpo estendido no chão,
que espera por canções de amor.
Que espera por
ordem e progresso.
Onde encontro?

A tal Pasárgada,
dos sonhos.
E assim ser amigo do rei,
e escolher e quer.
Acordou?

Se tornar um bobo da corte,
no lugar onde tem gente que
chama das terras das palmeiras.
Porém o sabiá,
já se foi.

(Monique Ivelise)