segunda-feira, 8 de agosto de 2011

E agora doutor?



Com licença, digno senhor
por acaso tens algum trocado,
pois tenho família,
que não tem nada para comer.

Estou aqui,
pois a vida não foi nada fácil pra mim.
Tive que comprar palavras duras,
tive que engolir todas metáforas
do seu mundo.

Alguns, quando me escutam,
acham que tenho uma linguagem bonita,
porém esta só a faço
como forma de aparecer
para senhores como tu.
Sei que essa é a única que
finge ouvir.
É a única que finge devorar,
pois sei que tu,
é um grande analfabeto
de palavras.
Como eu, sou de comida;
de oportunidade.

Então doutor de traje ternado,
tens alguma ajuda nos
teus bolsos?
Uma moeda que seja
que gastaria com a compra
de uma alma.
Vou agradecendo,
por minha sina,
de descobridor de palavras.
Vou amaldiçoando,
a tua pena,
que poderá sentir.

O que peço aqui
é um pedaço de pão;
não um ensinamento
de Chacal.

(Monique Ivelise)

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