domingo, 29 de julho de 2012

Quadrilha organizada



Então seu Zé: eu tava xônado pela Teresa, mas ela nada queria comigo. Fazia tudo por ela, sabe. Comprava flor, chocolate, até troquei de time por causa daquela cachorra. Ela gostava de um tal de Raimundo, um caboclo nojento, que não dava confiança pra ela. Sabe o que eu fiz: fui parar nos Estados Unidos, ilegalmente. Fiquei trabalhando durante vários meses. Ai comecei ganhar dinheiro. Fui ficando rico, rico, rico... Ai voltei pro Brasil e  fui procurar a Teresa e ela foi parar no convento. Dá pra acreditar? Era minha única esperança de ficar com Teresinha e tinha ido tudo pro poço. Então seu Zé, para tirar aquilo da minha cabeça, comecei a gastar tudo que eu tinha ganhado com bebida, farra e mulheres. Hoje, estou eu aqui na mesma praça, na mesma rua e no mesmo jardim, tentando viver sem a memória daquela vadia. É seu Zé, se eu me chamasse Raimundo, eu seria uma rima e não uma solução, sabe. E agora seu Zé, eu fico por ai com o minha amiga de verdade, a marvada da cachaça. É triste seu Zé, ter apenas duas mãos e todo o sentimento do mundo. E agora seu Zé?

(Monique Ivelise)

sábado, 28 de julho de 2012

Marighella, Carlos


A postos para o seu general
Mil faces de um homem leal (2x)
Protetor das multidões
Encarnações de célebres malandros
De cérebros brilhantes
Reuniram-se no céu
O destino de um fiel, se é o céu o que deus quer
Tô somado, é o que é, assim foi escrito
Maldito sonhador
Bandido da minha cor
Um novo messias
Se o povo domina ou não
Se poucos sabiam ler
E eu morrer em vão
Leso e louco sem saber
Coisas do brasil, super-herói, mulato
Defensor dos fracos, assaltante nato
Ouçam, é foto e é fato a planos cruéis
Tramam 30 fariseus contra moisés, morô
Reaja ao revés, seja alvo de inveja
Irmão, esquina de ... acima de ...
Que ousou lutar, honrou a raça
Honrou a causa que adotou,
Aplauso é pra poucos
Revolução no brasil tem um nome
Vejam o homem
Sei que esse era um homem também
A imagem e o gesto
Lutar por amor
Indigesto como o sequestro do embaixador
O resto é flor, se tem festa eu vou
Eu peço, leia os meus versos, e o protesto é show
Presta atenção que o sucesso em excesso é cão
Que se habilita a lutar, fome grita horrível
A todo ouvido sensível que evita escutar
Acredita lutar, quanto custa ligar?
Cidade chama vida, que vai ...
Clama por socorro, quem ouvirá?
Crianças, velhos e cachorros sem temor
Clara meu eterno amor, sara minhas dores
Pra não dizer que eu não falei das flores
Da bahia de são salvador brasil
Capoeira mata um mata mil, porque
Me fez hábil como um cão
Sábio como um monge
Antirreflexo ...
Homem complexo sim
Confesso que queria
Ver davi matar golias
Nos trevos e cancelas
Becos e vielas
Guetos e favelas
Quero ver você trocar de igual
Subir os degraus, precipício
E vida difícil, povo feliz
Quem samba fica,
Quem não samba, camba
Chegou, salve geral da mansão dos bamba
Não se faz revolução sem um fuga na mão
Sem justiça não há paz, há escravidão...
Revolução no brasil tem um nome...
A postos para o seu general
Mil faces de um homem leal (2x)
Marighella
Essa noite em são paulo um anjo vai morrer
Por mim, por você, por ter coragem em dizer

domingo, 22 de julho de 2012

Poema grande

Os meus atos foram embora com a outono


O que sobrou...

nada que atinga o grande  público.


(Monique Ivelise)