quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Não é necessário titular...

Tenha medo,
tudo chega perto dos meus sabores.
As informações são as matizes do seu perfume,
que exalam a vontade do nada esperado.

Tenha encanto,
pois nada é de graça.
Tudo é vendido pela preço mais fácil da praça
e jogado pela rua.

Deboche,
do meu discurso,
mas faça o que quero,
é uma ordem.

Já diziam por ai,
que a sorte deveria ser gosto de fruta mordida
a minha morderam e
não devolveram o que queria.

Tenha medo de mim,
não vou consentir com os noticiários,
com a modesta ordem que dizia que devia manter a uma modelo.
Medo, era uma palavra que deveria lhe amedrontar...

(Monique Ivelise)

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Testamento

Não tente,
não se faça.
Pois tudo já está consumido.
Não espere por tolerâncias,
o olhar que você deseja
virou a esquerda.

Não queira
não tente
as mil maneiras de encantar um rosto.
Não alimente sua fome
não pinte o mesmo retrato.

Finalmente, vá embora
respeite sua pegada
Não deseje as notícias do jornal
de sete meses atrás.
Não tente,
pois acaso os quereres foram embora.

(Monique Ivelise) 

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Pare e mais

Sou o incrível mito.
Não faço de nada
que possa ser medida.
Se aliso meus cabelos,
escovo minha alma.

Não vesti à toa
as roupas de meu escravo.
Sou a persona-sem ideal
para os últimos romances,
dessa geração pura inversada.

Pentearam meus olhos;
Agora vejo tudo de outra cor,
tudo mais claro
no tom mais limpo.
Tiraram as poeiras
de minha vista.
Converteram minha imagem
e semelhança
a de outros santos pecadores.

Como interrogar se os pontos fugiram,
ficaram apenas os mais debilitados.
Como retroceder, se não
volta ao princípios das coisas.
Se fosse se, seria um já

(Monique Ivelise)

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Flores

Um monte de mentiras ,
tudo que falo
tudo que pincelo
Várias mentiras

Choro sozinha
nos princípios individualizados
choro e minto
quando não está nada por perto

Sinto ciúmes das flores
quero o presente não dirigido
Minto para morrer
A história é contada como é
e eu choro na página colada.

Um monte de mentiras
várias lágrimas
mentiras
chuva.

(Monique Ivelise) 

domingo, 22 de setembro de 2013

Meias propostas

Quase se foi por ai sem querer.
Quase fez o que queria,
mas seu dono não disse.
Quis um medo sem ser o seu.
Procurou o visível,
bateu com o vento.

Oh a senhora perdida;
entre mais e males.
Entre um encanto quase perfeito
e um sorriso sempre pintado.
Oh sem registro,
não se pinta mais em rubro
faz-se de uma quase brincadeira.
Já não colore a pele de manhã,
perverte alguma alma sem solo.

A quase mulher da rua
entre duas medidas
e um único jeito de olhar.
A quase tudo
ou um meio nada,
Apenas um diálogo mal feito.

(Monique Ivelise)

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Querências

Acordei  de nada,
parada por ai.
Fingindo não fingir
saudando uma sorte não minha.

Fui
e vi nada
cansei por nada.
Sonhei o nada.
Obrigada,
por nada.

(Monique Ivelise)

domingo, 15 de setembro de 2013

Milton Nascimento & Lô Borges - O Trem Azul

Bom dia

Os meus passos já não são mais controlados,
voltou a primeira marca,
voltou para última lágrima.
Ainda, relembrando, meias páginas.

Minha voz ficou rouca,
sem nada.
Sem dono, ficou falha.
Fez a tentativa de soltar uma onda,
sem qualquer sucesso.
Fez de nada, para nada.
Ouve, sim, as músicas
que escolheram para minha entrada.

Como se faz?
Como chorar, se poucos segundos se passaram?
Como sorrir, se nada plenamente foi concebido?

Obrigada.
Por voltar e depois dizer um adeus.

(Monique Ivelise)

domingo, 18 de agosto de 2013

Diretas

Tantas intenções
tantos olhares
e um ponto final
antes do fim do período;

Tantas letras,
tantos sons
e apenas um conto de fadas.

O que era meu,
seu foi;
o que eu queria,
não se fez;
se soubesse,
leria meus pontos..

Da próxima,
seria apenas alguns acentos,
um pouco, quem sabe,
de malícias...

Será este, apenas um convite,
será aceito, enquanto lerdes minha aposta.
(no melhor sentido da palavra)
Digas apenas um sinas
ou vires seu mirar,
mas o faça para que o saiba,
assim eu o esqueça.

Apesar de querer minhas melhores intenções,
mas o teu apesar.

Digas uma resposta,
apesar do não;
digas um não,
mas o faça.
Eu lhe quero.
apesar dos pesares,
Não a negra exemplar,
mas sou a exemplar.

Dê-me um resposta,
já que digas que lês meus pontos.
Diga-me um ponto...
Antes que fujas para outras cartas...
apenas fales...

(Monique Ivelise)

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Passagens indiretas

O seu estranhamento é a causa da minha dúvida.
De longe, entre metros,
desvia o som.
Entre metros, um sorriso
dividido em duas bocas.

De um lado, o branco
o outro, o preto.
De um lado, os violinos;
os outros, os atabaques.

Sou da rua oposta;
penso no torto,
no vazio.
E você, na Coca-cola.

Não ideologia
em palavras cortadas.
O que resta
é um pleno de encanto.

(Monique Ivelise)

domingo, 28 de julho de 2013

Aparência

Um toque feito borboleta,
daquela que voa sobre o encanto,
flutua sobre a saudade.
Um toque, um pleno pequeno momento.

O sopro,
discutido entre as esferas
do prisioneiro cantante
e o calado algoz.
Mente por natureza,
desliza por loucura.

Canta, meu aprendiz;
Chora e dança,
como se fosse uma brincadeira.
Lança sobre sua roleta,
pesca sua sorte.

Vá meu jogador,
saia de mim.
Sou o seio mais gelado,
que pousaram seu sono.

Ainda estou acordada,
pois os delírios já não fazem parte
dessa história.

(Monique Ivelise)

Lianne La Havas - Full Concert (Live At iTunes Festival 2012)(HD)

Serenata

A pobre,
digna de uma pele que não é a sua.
Cobre teus prantos,
enquanto brinca nas festas
dos sambas apagados.

A pobre,
que cantas as marchas,
colorindo os véus dos velórios,
apaga sob o signo da estrela.

Oh pobre cantada,
não foi virada, foi sorteada
entre os grandes mestres.
Por erro, parou em frente a sua janela
que ainda estava fechada.

Oh pequena colombina.
Não se faz sambas como antes,
pois os tambores se rasgaram.
Pequenas e pobres
não são histórias mais contadas.

(Monique Ivelise)

Sanos

Morreu
as vertigens,
os sonhos.

Já não faço verso como antes,
virei a esquerda na esquina.
A água já não cobre a pureza,

ainda permanece meio turva.
A minha macuinez restou nesses pingos.
Não é água, não é que

fere teus potentes desafios
não é o que faz atrás das cortinas,
aquilo que embeleza a moral senhoril,

aquela que se pede às 2 da noite,
enquanto os humildes dormem.
Não foi você que rezou durante minha morte?

Que torturou a insensatez?
Então, por que prendes a onda?
Prendes o som?

Prendes o torto?
Morreu a morte,
pérfida morte das lágrimas.

Viraram a esquerda,
sem esquecerem que ainda era uma direita.
A água limpou-se mais.

Prendes ainda o torto?
Prendes meu sonho?
Morreu sim,

Sem pretensão de voltar.

(Monique Ivelise)  

Branco

Sempre estive só
ao circo romântico.
Sempre fui acompanhante de luxo
do senso comum.
Mantive aberta aos mais estranhos seres.
Má, para alguns;
reticente, por centavos.

Conhecida,
como a carne dura,
que quebra os dentes brancos.
Pura e genil carne,
de fácil venda,
de versado transparente.
Sempre só,
sempre com a nódoa,
que suja os elegantes ternos.
Suja
sempre suja.

(Monique Ivelise)

Seguranças

Até o meu suor é invejoso.
Faz de onde não há certeza.
Fora!
Foi o pensamento,
daqueles que estavam perdidos
em função de uma estrela.
Entre!
Parou de velejar o tempo...

(Monique Ivelise)

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Inocente

São trabalhados todos os dias,
sem saber que era uma noite de primavera.
Achas que fostes azul,
achas que duelo por flores;
achas que vejo em sintonia.

Não se controla a ventania,
não se joga sob o chão,
como se fosse um papel.
Fique por ai.
Continues a chorar.

(Monique Ivelise)

domingo, 23 de junho de 2013

Dorme, meu querido

O seu reflexo se desfez por outros caminhos,
não há mais nada aqui,
somente um enredo desfeito por suas ironias.

O seu rio secou, 
o seu não já existe.
O seu se foi.

Guardas tua beleza, 
não seu velho trincado espelho.
Admiras tua figura em canto incessante,
que já passado por outras audições.
Foges desta terra,
não há mais vagas para teu Eco.

Oh meu querido Narso,
quando te encarei não vi meu rosto,
não vi nada que ligasse ao teu coração;
frente a frente,
o que restou uma plena ironia.

Oh meu querido amor,
não faço costura para fora,
não cozinho teus sabores;
apenas assassino as árvores de teu chão.

Um adeus,
fique com tuas ninfas, 
que te respondem os precipícios,
aquelas que colorem tuas pinturas.
Continues belo,
absorves o Estige.

A mim cabe outro caminho,
um tortuoso som de agulhas,
vingo-me por outras.

Não vás entender o que disse neste clamor,
não soltarás um sorriso ingênuo,
um urro sem som.
Quando, sim, compreender,
já estarei em outra instância
fazendo-me de deusa sórdida. 
- Um bom sonho!

(Monique Ivelise)

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Vem pra rua






Já era hora do povo atentar para o que acontece.
Há um enorme desfalque em recursos em relação a saúde e principalmente a educação. Temos um dos piores índices educacionais do mundo, somos o retrato falho.
Já era hora do povo abusar da rua como espaço seu, hora que lutar, hora de não aceitar.

Venha para rua, mas também vamos discutir a nossa política interna; sem esquecer que é de dois em dois nós decidimos nosso futuro. Votar bem é um primeiro passo revolucionário.

Não sejam ingênuos, nenhum governo quer que o povo se levante, tenha saúde e educação; pois é de um povo burro que faz suas estratagemas.

Vamos para rua, novamente digo...
Vamos para rua...



terça-feira, 11 de junho de 2013

Encantos de playboy

O que encantas
em mim
é por que
sou a que
foge a regra.

Eh playboy!
Minha figura
foi feita pela
selvageria.
Não digo amém
ao fim das rezas.

Não foi escondida
por bases críticas,
não me afeito
pelo intelecto;
faço teorias
de renúncias.
Visto de clichês chineses,
teço-me da ideologia
contemplativa.

Eh playboy!
As listras são escuras,
o cimento já está seco
o teu interesse permanece,
teus olhos ainda vigiam
as palavras dos fieis.

Então, menino
faça um altar
e deixe a minha fotografia
registrada.
Daquele dia
que era festa
a fantasia,
pois o restante
estava blasé.

(Monique Ivelise)

Doces ironias

Meus pensamentos
agora foram para a
cabeceira da cama,
que rugiu desejos gritados.
Fala-se enquanto,
os pés lembram a
nudez da sua mão.
Tudo escondido
pelo lençol vermelho.
Falam-se piadas
sem risos, sob o signo
vazio; o meu,
recupera os gemidos
da minha pele.
A sua entrada narrada
por insafadezas,
foram proibidas pela
lei moral.
A minha burra moralidade,
que agora se molha
de lembranças.
A sacra fome minha,
prepara a primeira
extravagância,
que colhe flores
e roupas rosas.
A procura das horas
de amanhã.
Uma busca loucura
que rima minha saúde.
Já que volto, aos
senhores, à escuta
do branco pensador,
que solta leões à frente
de seus fãs.

(Monique Ivelise)

domingo, 9 de junho de 2013

Anti-mão

As certezas evaporaram das mãos,
o que sobrou foi a estranha sensação
que tudo havia voltado ao final.
As vezes norte; outras sul.
Um dia flor, outro espinho.

Querido movimento sem vento,
o que foi rimado, logo espelhado.

Sete e nove;
coordenadas da nossa distância.
Eis que se foi,
pedindo pela espera.

(Monique Ivelise)

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Competição

O que parte com a notícia
se vira em elogios.
Uma olhada, um desejo alheio.
Vira-se em corrida.

Oh pobre perdida alma,
te vira e veja uma pena.
Oh senhoril vertigem,
alegra-te e faça como quiser.
Pule tuas arrogâncias
e mexa no ego.

Era apenas em um minuto.

(Monique Ivelise)

domingo, 26 de maio de 2013

Puro

Quero,
não faço,
não posso,
não devo.

Pulo do nada,
para que um dia me faça majestade.
Ressalto-me em brilho falho,
não há para hoje.
Não sonho com o hoje.

Contento com o simples,
daqueles que foge a regra gramatical.

Na verdade, é uma grande bobagem
só para os que fingem que ler.

(Monique Ivelise)

domingo, 19 de maio de 2013

Vilã da história

Hoje, meus feitiços foram convertidos em pétalas,
em maledicência,
em torturas para os ouvidos dos outros personagens.

Minha maçã já não tem o mesmo saber,
dos incríveis momentos de doçura.
Meu caldeirão, hoje, faz apenas sopas de pedras
para a minha cruel fome.

Já não tenho a pele enrugada,
minhas verrugas transformaram em sal,
aquele que adoça teu café.
Meus cabelos já não são iguais,
foram lixadas as minhas unhas.

Já não cozinho criancinhas;
já não faço mais nada
que teus contos falaram.
Que tuas cores pintaram.

Iguais a mim, foram crucificadas
por sua independência,
por sua felicidade solo.
por seus tapas.

 E a minha figura? O que resta?
Uma plena caverna de maldades,
Um ligeiro passo até a tua morte,
Minha magia condensada,
até nesses minutos ainda fazem um pequeno efeito.
Minha gargalhada independente de sua piada.

Minha vassoura já não serve para voar,
mas limpar as poeras de seu quarta.
Ainda estou descrita nos teus livro,
ainda sirvo para lhe assustar.
- Buuuu...!!!

(Monique Ivelise)

sexta-feira, 17 de maio de 2013

pobre Carne

A tua fala
alta
Se faz besta
mirada.
As tuas mãos
criadas em ouro,
moídas em luxúria.

Oh célebre!
Tua cabeça
não é a coroa.
Teus passos 
fizeram José
sair pela porta dos fundos.

Oh bobo
da corte!
Era um não
ou sim?

Era apenas
uma poesia
e deus já estava
dormindo.

(Monique Ivelise)

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Indiretas

Não me faça como seus modelos,
não faço o estilo de senhorita,
faço mais o estilo de buarque.
A perdida, a desolada da história,
a mal dita.

Me faço por letras,
por sangue doce,
por lágrimas viciantes.
O meu crack foi a tua dúvida,
o meu samba não é mais torto,
a minha marca ainda não foi fechada.

Me costurei por indiretas,
em tecidos de seda.
Não significa que espero as esperas,
não perco bastante o meu tempo
por amores de uma noite.
Não perdi meus segundos
em conta de sexta feira.

Não
cansei de expor minhas marcas;
permanente modes foi.

Continuo perdida, mal consagrada
nada legitimada,
um pouco ilegal.
Onde me esconde?
Atrás de uma particular figurâncias,
de moça sem sorriso,
de singelo elogios ao pé de página.

Escondo-me,
para que não tente achar.
Melhor,
não conseguiria.

(Monique Ivelise)

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Maquinárias

O tanto é uma nota,
que sobra o choro,
sem por quê.
Por que?

Já não era assim,
já se fosse
já era.
Sem erva doce.

Era tanto uma nota,
o que sobra era um choro,
sem demasiado deveras.
Não aceita?

Já foi assim,
já se fosse,
já .
Sem limão.

Uma nota tanta,
que sobrou um choro,
sem quereres.
Não foi?

(Monique Ivelise)

Pele marcada

Em segundos, os olhos são transformados
em manias.
A distância em proximidade,
o silêncio em música.

Tudo feito no balançar de ouvidos,
fazendo expectativas sem par.
À espera de pedidos,
por preços.

Tudo à espera,
naquela praça.
Tudo na caminhada;
tudo no escuro.
Tudo à meia hora.

Não foi Jorge que cumpriu seu papel,
não fui eu que sonhei pétalas
e sim, acabei ao chão.

Hoje, nada espero,
senão todas as esperas.
Espero tudo que está marcado
em tua pele.

(Monique Ivelise)

terça-feira, 7 de maio de 2013

Transas musicais

Ilusões sobre um arrabal,
batida profunda,
ritmo acelerado em dedos salivados.
Boca em tato de voz.

Promessas não serão mais cumpridas,
apenas movimentos cadenciados,
de pernas que masturbam teu verso falho.

Serão sentidos olhares à sua porta.
Enquanto despreza meus sussurros.

Era apenas um par de tango,
Uma incrível forma de nada pensar.

(Monique Ivelise)

domingo, 14 de abril de 2013

Batom reticente

Sob um tom de fala,
se conhece todos os arrepios
de um desvalido amante.

O que é melhor:
viver amarrado em uma vantagem
ou
liberto de medo?

Faça-se um sinal,
um sopro ao pescoço.
Deixaram marcas rubras no tecido
que te cobre.

Deixaram?
em terceira pessoa?

Pois a primeira se faz pela máscara.
A segunda não vive em companhia.
Somente a terceira,
aquela que sempre será o alvo
de seu veneno.

Lhe instigaram,
lhe opuseram,
lhe negaram.

Ainda:
Minhas reticências lhe incomodam?

(Monique Ivelise)

domingo, 7 de abril de 2013

Pedido

Se faça uma dança quebrada,
aos sons de zunidos,
em versace...
em tuas mentiras.
Se faça uma resposta.

(Monique Ivelise)

domingo, 17 de março de 2013

Dedicatória a majestade

Minha tríade esquartejada
Meu terço partido
em  solução aguada,
em forte memórias.

Rescrevendo histórias como se fossem as mesmas.
Consertando as notas,
ao pé da página.
Recontando fatos jamais acontecidos,
senão em passo calmo.

Foram feitas as apostas.
Foram incomodas as vertigens.
Foram usados os batons vermelhos.
Foram colocadas as palavras em um dobrado de papel.

Tudo sob observação mestre.
Daquele que se calou.
Não falou.
Não teimou.
Apenas quis permanecer valvular por outros.
E permitir-se um sorriso em forma de não.

(Monique Ivelise)

Tatuagem

O silêncio já causou rachaduras
O seu ato, a rotina.

Não me peça o murmúrio
Não me faça tatuagens de ar.

Surpreso?
Os loucos se fazem transparentes.

O seus ritmos...
Lourices...

Os meus encantos?
Já se foram.

Me peça uma palavra;
Lhe dou um momento.

Me peça uma loucura:
me avise a tua desgraça.

Não surpreenda,
se hoje me faço em seda.

Brilho sobre tuas conversas,
e mesmo assim, não queres ouvir.

Manda um beijo,
 a febre tatuada na pele.

(Monique Ivelise)

terça-feira, 12 de março de 2013

Gritaria

O mesmo não se pode falar
do escrito mal redigido
dos tortos olhares que não fazem pé
do ensinamento cristão.

fala-se em encantamento, 
sem saber em realidade.
fala-se de desejo,
apenas concretizado 
no real.
fala-se
apenas
fala-se


(Monique Ivelise)

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Confissões particulares

Não me faça como os seus modelos.
Não sou aquelas conforme suas rezas.
Então não me enfeite.
Meus segredos se fazem por partituras.

Meus segredos são compartilhados
na feira de domingo;
ao lados das folhas rasgadas,
como os legumes passados.

Não queira na sua espera,
um espelho de vertigem,
um verso de Vinicius.

Pois na verdade sou mais adepta
de Rubem Fonseca.

(Monique Ivelise)

sábado, 2 de fevereiro de 2013

O canto em verso (Iemanjá)

Oh minha rainha,
as tuas ondas se desfazem em reza.
Odò Janaina!
As vezes Iemanjá!

Teu canto em verso,
são flores em mel;
em águas de ressaca.
Teu louvor,
se fazem sob o verde maduro.

Oh minha mãe,
minhas oferendas não são dadas
em teu mar,
se não olhos e minhas palavras.
Iluminai minhas rotas.

Meus irmãos compartilham
meus paradoxos.
Ogum, Oxossi e Exu partiram,
e de mim, surgiu a história sem letras.
Então, minha mãe sereia,
fazei de minha objetividade
a tua primeira oferenda.

Salve conselheira dos mares,
fazei dessa navegantes
uma produtora de palavras,
como tu.

(Monique Ivelise)

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Foi apenas uma provocação

Abusei das palavras proibidas,
sem qualquer intenção medieval.
Cavalgando pelas tormentas,
mediei todo o esperado pela minha condição.

Façam as apostas.
O que os senhores bondosos querem desta humilde empregada?

Não versei a toa,
tudo são provocação.
Tudo são invenções da sua cabeça,
que o fazem melhor, 
pelo menos na sua cabeça;
pelo menos na sua cabeça.

Não acreditas?
Veja com o tempo,
Não vais está tão animado com a novidade.
Já não serão o brilho dos teus olhos, 
senão um pedaço de carne, prestes a  tua voracidade.

Farei o meu papel de suja,
bem qualquer borrão
na trajetória maquiada de minha espécie.
Cantarei a ode postada nos quadrinhos.
E assim, tornarei a personalidade da tua pátria.
Com milhões de exemplares, excitando profetas,
com tu, manterem a mesma órbitas dos acontecimentos.
Continuarem com a mesma ordem poética,
de dez palavras, 
palavras duras, ainda palavras.

Não entende?,
Faça sua aposta.
O que deseja, senão o meu relicário, 
comprado em lojas de conveniências.
A incrível miséria de 1,99.

Então, o farei sem nenhum inconveniente,
a espera da hora do abate.

Então, meu querido,
são apenas provocações.

(Monique Ivelise)