sexta-feira, 9 de julho de 2010

Palhaços

Os palhaços também amam
Lembrava o pequeno personagem
Colorido de face
Negro de sangue.
Tintas de aprisionamento.
Cores que já estavam desgastadas pelos minutos.
Palhaçinho que também sonha
Vaga de campo em campo
deixando amores, pequenas lágrimas
em cada território.
Oh pequeno "feliz".
Que ainda busca alegria que já estampado.
Quem sabe ser colorido.
Na primeira vez de sua vida.
Pois: os palhaços também amam.


(Monique Ivelise)

Ainda lembranças

Que bom aquele dia que não volta mais
Suspiros passados
Beijos antigos
Talvez permanete na memória.
Talvez sozinho ma lembranças.
As tais palavras já trovejadas,
a borracha ainda não apagastes.
As marcas, estas sim
Cicatrizam no peito
Um sonho? quem sabe
Um pesadelo? provavelmente.
Parado no presente.
Olhar de um
Ainda brilha como
um pequeno brilhante.

(Monique Ivelise)
Cansei de ser pequena.
Quero cresce.
Quero fugir dessa ótica.
Sair dessa ciranda maluca.
Não sou mais menina de uniforme,
sou pecadora, também falo,ouça e sinto.
Os contos pagaram-se
Sou bruxa da minha vida
Feitiçeira da vergonha.
Quero pintar-me de vermelhor
Cansei de passar a limpo.
Não sou mais senhora servil
Apenas uma da rua, mais conhecida de puta
Feita de acertos e muitos erros.
Sou arcanjo.
Quero punir, quero sair.
Uma dama da noite,
uma dama sem par, apenas singular.
Viúva sem marido
Hemafrodita
Comum sem significação.
Matadora de aluguel que vaga
até o seu final.


(Monique Ivelise)

Eu

Uma pessoa que está cansada de um marasmo cotidiano,
que sopra as velas do próprio destino, por necessidade de mudança de algo indiferente a
memória e a loucura...
Que não sabe do essencial, procurando através de tentativas impensadas o louco, o desejo
de viver, a malícia de um mago...
Sei que não posso ser o que todos imaginam e pretendem de mim, mas faço com a cabeça
de um, no mínimo:
A lembrança
A Dúvida
A pertubação
Ou até mesmo a fantasia!!!

Vivo em um meio de loucuras como habitar natural... Como uma reta descendente desta
locura de viver ao máximo e ao seu extremo.
Fazer que minha música possa ser escutada aos quatro cantos e reconhecida como uma
arte singular, sem preconceitos ou hierarquias.
Apenas uma simples anormal do meio de estranhos, de observadores...

que faz de sua dança, a representação de algo maior a ser construído por meio de
muralhas de areias, sapateadas pelo vento, pela sorte e pela paixão.
um amor que poderá ser compreendido como normalidade do ser.


É simples me compreender, apenas tentar...
Faço o desafio...

(Monique Ivelise)
Posso te ensinar como se fabrica os sete raios
Tais verdilhantes como são.
Posso não saber como sua imponência.
Viaja pelos céus
Mas, sei que os teus olhos fazem o mesmo
Sabem a horar de parar
sabem conquistar
Sabem delutar-se sobre a terra
Numa eletricidade mor.
Energia que transpassa o corpo e vive em meios
atemporais.
Sem data, sem hora e sem lugar.
Apenas perdidos


(Monique Ivelise)
Uma juventude sem rebeldia lembra
os antigos tempos.
Tempos que não voltam mais.
Passeatas e discursos vibram no rouco da voz,
passado já passado, não se cansa.
As horas eram perfeitas.
Os lugares exaltados, foram percorridos por formal
inabitáveis, desejáveis.
Um tempo amoroso, onde a lembrança ainda persiste.
Uma erva daninha, que sufoca os nervos.
Triste, oh atual, esqueci de uma juventude sem rebeldia.
Ainda lembra a tempos antigos.
Lembram o êxtase.
Lembra a tradição.

(Monique Ivelise)
Bate a porta o desejo
Que está mais perto do longe
Da forte francamente infeliz
Então sou marginal sem esperança
Vivendo de restos de olhares
Se assim me caber.
Vivendo da fome famigerada.
Sonhando entre rouges e batons.
Vivendo num processo inverso da vida.
Perdendo entre gerúndios e ameaças.
Bate à porta de minha sala o
desconhecido que se foi para sempre.


(Monique Ivelise)
A quem se fala em desistir
Portanto em esconder
Então sou um deles?
Ser um desistido ou desistidor?
Quero a ousadia, mesmo que essa
contrarie a norma já datada.
Quero o cansaço, invés da calmaria
Não pense que sou arbitrária, porém
sou fiel a minha causa
Fiel a vantagem da moeda
Ao laçe de sangue
Volto a pergunta:
Sou um deles?
Que continua o processo cansativo da
hierarquia
Monótona e fadonha.
então: Sou um?
Ou melhor: sou?
Nada


(Monique Ivelise)
Desapego sem estar-se
Querer-se impossibilitado
Por mais de barreiras físicas
Por censos e adventos humanos e ideológicos
Jaz a loucura.
Enterrou na semana passada
outro século.

(Monique Ivelise)