segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Só queria mudar de resposta

A única que sai da minha boca
é o não.
A tal interjeição presente
em todos os ramos da sociedade.
Aquela que nega todos os ares
de uma nova cena.
Que nega a possibilidade
de algo que nunca se fez.

A palavra, esta, não segue
nenhum modelo de cordialidade;
de receptividade.
Ora, nenhum, caro senhor.
Um único e repetido,
não de trajetórias,
mas de balanços.

Então?
Como mudar?
Acredito que nunca,
converterá em açúcar.
Permanecerá intacto
e irreversível.
Ainda não posso transformar
ouro em melodias.

(Monique Ivelise)

Roteiro de madrugadas


Sobre a madrugada,
que vejo os olhos da palavra.
Aquelas palavras que se fazem
a partir da aventura,
que não foi feita para mim.
Aquela aventura que se apresenta
doce, uma calda de açúcar queimado.
Porém, transforma-se em pequenos
invernos: frios e amargos.
Aventuras de mim,
querendo fazer de mim
a segunda da vida,
não mais ser dona de nada.

Ainda sob os olhos da hora
adiantada.
Vejo que a loucura se foi
e o que ficou foram vários devaneios.
Ficou apenas uma escultura oca,
amaldiçoada e ainda quente,
das histórias sem par.
Sobre um dia