domingo, 26 de agosto de 2012

Dedicatória

Que se faça antes de tudo a palavra,
que não é metida a revolucionária.
Se façam sorrisos sem concordâncias
e lágrimas cifradas.

A mão fechada em símbolo passado,
de um história de pares.
Uma mão fechada, carregada da primeira revolução.
Era uma mão fechada, plena de violência literária.
Não é vencida nos ringues de hipócritas.

Que se faça antes de tudo a ironia de um bom dia
ou de uma belíssíma noite.
O deboche e o choque dos perfis desacreditados.
A metáfora bem mais feita dos pobres de espíritos,
repletos por ópio sacro-sagrado.

Que se faça antes de tudo a palavra:
Bom dia, a metida revolucionária.

(Monique Ivelise)

domingo, 19 de agosto de 2012

Partituras


O que sai dos olhos 
são os desenhos de uma música:
fria e inacabada.
Uma música sem pios e agudos,
sem marchas e balanços.

O que resta:
foi por ai, 
flanando pelos céus;
de acordo com a brisa da hora.
Voando como uma borboleta,
sem destino e sem previsão.

O que surgiu:
Uma nova e estranha maneira de sonhar.

(Monique Ivelise)