domingo, 23 de junho de 2013

Dorme, meu querido

O seu reflexo se desfez por outros caminhos,
não há mais nada aqui,
somente um enredo desfeito por suas ironias.

O seu rio secou, 
o seu não já existe.
O seu se foi.

Guardas tua beleza, 
não seu velho trincado espelho.
Admiras tua figura em canto incessante,
que já passado por outras audições.
Foges desta terra,
não há mais vagas para teu Eco.

Oh meu querido Narso,
quando te encarei não vi meu rosto,
não vi nada que ligasse ao teu coração;
frente a frente,
o que restou uma plena ironia.

Oh meu querido amor,
não faço costura para fora,
não cozinho teus sabores;
apenas assassino as árvores de teu chão.

Um adeus,
fique com tuas ninfas, 
que te respondem os precipícios,
aquelas que colorem tuas pinturas.
Continues belo,
absorves o Estige.

A mim cabe outro caminho,
um tortuoso som de agulhas,
vingo-me por outras.

Não vás entender o que disse neste clamor,
não soltarás um sorriso ingênuo,
um urro sem som.
Quando, sim, compreender,
já estarei em outra instância
fazendo-me de deusa sórdida. 
- Um bom sonho!

(Monique Ivelise)

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Vem pra rua






Já era hora do povo atentar para o que acontece.
Há um enorme desfalque em recursos em relação a saúde e principalmente a educação. Temos um dos piores índices educacionais do mundo, somos o retrato falho.
Já era hora do povo abusar da rua como espaço seu, hora que lutar, hora de não aceitar.

Venha para rua, mas também vamos discutir a nossa política interna; sem esquecer que é de dois em dois nós decidimos nosso futuro. Votar bem é um primeiro passo revolucionário.

Não sejam ingênuos, nenhum governo quer que o povo se levante, tenha saúde e educação; pois é de um povo burro que faz suas estratagemas.

Vamos para rua, novamente digo...
Vamos para rua...



terça-feira, 11 de junho de 2013

Encantos de playboy

O que encantas
em mim
é por que
sou a que
foge a regra.

Eh playboy!
Minha figura
foi feita pela
selvageria.
Não digo amém
ao fim das rezas.

Não foi escondida
por bases críticas,
não me afeito
pelo intelecto;
faço teorias
de renúncias.
Visto de clichês chineses,
teço-me da ideologia
contemplativa.

Eh playboy!
As listras são escuras,
o cimento já está seco
o teu interesse permanece,
teus olhos ainda vigiam
as palavras dos fieis.

Então, menino
faça um altar
e deixe a minha fotografia
registrada.
Daquele dia
que era festa
a fantasia,
pois o restante
estava blasé.

(Monique Ivelise)

Doces ironias

Meus pensamentos
agora foram para a
cabeceira da cama,
que rugiu desejos gritados.
Fala-se enquanto,
os pés lembram a
nudez da sua mão.
Tudo escondido
pelo lençol vermelho.
Falam-se piadas
sem risos, sob o signo
vazio; o meu,
recupera os gemidos
da minha pele.
A sua entrada narrada
por insafadezas,
foram proibidas pela
lei moral.
A minha burra moralidade,
que agora se molha
de lembranças.
A sacra fome minha,
prepara a primeira
extravagância,
que colhe flores
e roupas rosas.
A procura das horas
de amanhã.
Uma busca loucura
que rima minha saúde.
Já que volto, aos
senhores, à escuta
do branco pensador,
que solta leões à frente
de seus fãs.

(Monique Ivelise)

domingo, 9 de junho de 2013

Anti-mão

As certezas evaporaram das mãos,
o que sobrou foi a estranha sensação
que tudo havia voltado ao final.
As vezes norte; outras sul.
Um dia flor, outro espinho.

Querido movimento sem vento,
o que foi rimado, logo espelhado.

Sete e nove;
coordenadas da nossa distância.
Eis que se foi,
pedindo pela espera.

(Monique Ivelise)

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Competição

O que parte com a notícia
se vira em elogios.
Uma olhada, um desejo alheio.
Vira-se em corrida.

Oh pobre perdida alma,
te vira e veja uma pena.
Oh senhoril vertigem,
alegra-te e faça como quiser.
Pule tuas arrogâncias
e mexa no ego.

Era apenas em um minuto.

(Monique Ivelise)