domingo, 21 de setembro de 2014

Chamada a cobrar

Me faço pela escuridão,
quando já não é possível mais sentir a dúvida
sentir a espera das noites
algo que se faz mais pelo inverso
do que confronto.

Amanhã já não será tarde
para imaginar as folhas
para sonhar com as cores
de qualquer imaginação
só assim

Volta assim minha pessoa,
ao pensar as histórias de sua falta.
Volta, então, aquela falha vontade
de invadir os pensamentos mais inquietos
em busca de algo consolador
ou apenas para matar o tempo.

(Monique Ivelise)

sábado, 20 de setembro de 2014

A sua espera

Faço agora para aqueles que não me veem,
não me reconhecem, não leem
nada faz da minha vontade
esta que fica ao redor do nada.

Fazia antes, para aqueles sonhavam com a figura
de algo que vendi meu
vendi como fosse meu
dei como era emprestado.

Ainda espero silêncio
algo que a mais
de um perfeito sonho,
algo em vão que já constroe os mesmos sonhos
as mesmas sertanias
algo maior que falo
ao pé de meu ouvido ressentido
e assim já é nada

(Monique Ivelise)

sábado, 13 de setembro de 2014

Uma última forma de cantar

Sobre os assobios
nada sei dizer,
nada encontrei para falar.
Procurei nas noites
uma forma de esconder
minhas cores púrpuras.
Vivia de ocasiões diversas,
de quase certas certezas
e iam de um canto ao outro.

Não saberia lhe dizer qual seria
o destino das flores ao ar;
do toque na boca
e da sensação das chuva nos pés.
Tudo isso, seria apenas um ponto de vista cego
calcado na expectativa de um verão.
Em, quem sabe, em uma moda de violinos noturnos,
que se fazem quando todos já adormeceram
e não há quase silêncio da multidão.

E assim sobrou uma maneira de ver as suas sentenças,
algo já acabado.
Restou, uma certeza de que o nada é mais forte
que a mais decisiva atitude de pensar.
Só não sei dizer essas coisas
sobre os assobios da madrugada.

(Monique Ivelise)