sábado, 26 de março de 2011

Identidade

O meu rosto não condiz com as demais,
O meu pensamento, apenas uma fonte.
Pra onde vamos?
O que somos?

O que há de comum?
Entre as pessoas, uma nação.
Uma voz?

Digo, sou fragmentada
Sou divorciada de meu nascimento,
de minha raiz, de minha dança.

Construo meus passos,
sem que eles sejam iguais,
sem que eles sejam diferentes.
O que sou?
Somos?
Fui?

Minha identidade,
perdeu o registro,
perdeu o sabor tupiniquim.
Sobraram os números que
arrastam a história.
Sobrou a pertencimento perdido,
teorias e desmandos.

O que sou?
Somos?
Era uma vez...

(Monique Ivelise)

Pal Norte (Ft Orishas



Unas piernas que respiran...
veneno de serpiente...
por el camino del viento...
voy soplando agua ardiente

El día a día ha comenzado entusiasmado y alegre
dice... Pasaporte


Tengo tu antídoto... Pal' que no tiene identidad
Somos idénticos... Pal' que llegó sin avisar
Vengo tranquilito... Para los que ya no están para los que están y los que vienen (x2)

Un nómada sin rumbo la energía negativa yo la derrumbo
Con mis pezuñas de cordero me propuse recorrer el continente entero
Sin brújula, sin tiempo, sin agenda...
Inspirao por las leyendas
Con historias empaquetadas en lata, con los cuentos que la luna relata aprendí a caminar sin mapa...
A irme de caminata sin comodidades, sin lujo... protegido por los santos y los brujos...
Aprendí a escribir carbonerías en mi libreta y con un mismo idioma sacudir todo el planeta...
Aprendí que mi pueblo todavía reza porque las “fucking” autoridades y la puta realeza... todavía se mueven por debajo' e la mesa... aprendí a tragarme la depresión con cerveza...
Mis patronos yo lo escupo desde las montañas y con mi propia saliva enveneno su champaña...
Enveneno su champaña...


Sigo tomando ron...


En tu sonrisa yo veo una guerrilla, una aventura un movimiento...
Tu lenguaje, tu acento... Yo quiero descubrir lo que ya estaba descubierto...
Ser un emigrante ese es mi deporte...
Hoy me voy pal' norte sin pasaporte, sin transporte... a pie, con las patas... pero no importa este hombre se hidrata con lo que retratan mis pupilas...
Cargo con un par de paisajes en mi mochila, cargo con vitamina de clorofila, cargo con un rosario que me vigila... sueño con cruzar el meridiano, resbalando por las cuerdas del cuatro de Aureliano...
Y llegarle tempranito temprano a la orilla...por el desierto con los pies a la parrilla...
Vamo' por debajo de la tierra como las ardillas, yo vo'a cruzar la muralla... yo soy un intruso con identidad de recluso... y por eso me convierto en buzo... y buceo por debajo de la tierra...
Pa' que no me vean los guardias y los perros no me huelan... abuela no se preocupe que en mi cuello cuelga la virgen de la Guadalupe...


Oye para todos los emigrantes del mundo entero... all' va eso... Calle 13

(OFF) Esta producción artístico-cultural hecha con cariño y con esfuerzo sea como un llamado de voluntad y esperanza para todos, todos..

segunda-feira, 21 de março de 2011

No coração da Baiana tem...



Tem dúvidas entre pandeiro e o cavaquinho
Tem amor, tem carências, tem cadências
Tem morango e mel
Tem sangue
Tem batuque
Tem samba
Tem dança

Era questão de opinião,
O que o coração da baiana havia,
Era pecado
Era santidade
Era a baiana

Só era uma questão de opinião

(Monique Ivelise)

Samba pros poetas- Diogo Nogueira

O povo clamando pro samba não morrer
Sambista de fato não deixa esmorecer
Bate no peito com raça e dignidade
O samba vem de angola
Mexe meu peito, a mais pura verdade
Dizem que o samba da gente já morreu
Isso é conversa fiada, o samba cresceu
E donga dizia pelo telefone
Que o samba é a alma do povo,
Raiz verdadeira, brasil é seu nome
Samba de monarco, de ratinho
De noel, de padeirinho e do silas de oliveira
Samba de katimba e da vila, dona ivone, jovelina
E também joão nogueira
Samba pros poetas de verdade
Do paulinho da viola e pro nélson cavaquinho
Olha que o candeia foi chegando
E o sem braço foi versando
Devagar, no miudinho

domingo, 20 de março de 2011

Era música...

De manhã

Entro em mais uma manhã solitária
Estou perdido antes de começar
Escrever alegrias e tristezas sob esta luminária
Mas não sabendo quando vai terminar.
Se fosse fácil eu não escreveria
Meus sentimentos e sentidos se perdem de mim
Solidão ou saudade seria?
Será que agüento minha vida assim?
Quando acho que me perco
Me encontro nos teus olhos castanhos
É então aí que percebo
Que entre nós nunca fomos estranhos.
Sai o sol, mas ele só ilumina você
Mas disso não reclamo
Não sei se dá pra perceber
Que pra mim é difícil dizer que te amo.
Cada minuto que passa
Acho que vai acabando meu caminho
E não importa o que eu faça
Quando você se for, ficarei sozinho.
Mas ainda tenho esperança
De que minha vida não será em vão
Pode ser aqui ou na França
Esperando por ti, minha paixão.


29/09/2008 Tiago Donato Bressan

Adeus

Chego entre a multidão
Não vejo você
Me dói o coração
Não poder te ter.

Embora achais que seja passado
Acho ser presente
Me sinto um ausente
Um ausente ao seu lado.

Não finjas que me ama
Quando estiver na nossa cama
Não finja verdade
Falando apenas em saudade.

Quero agora só seguir viagem
Pensar que foi montagem
Armação ou desilusão
Mas sem jamais morrer esta paixão.


"Sempre Penso Em Ser Uma Pessoa Melhor, Faço Valer Aquilo O Que Acredito" Tiago Donato Bressan 13/09/2005

Plateia

Cantigas

Como pode um peixe vivo,
viver fora de água fria?
Sem alimento, sem companhia.
Como pode?

Ser feliz,
era uma obrigação;
transformou-se em divertimento.
Como pode?

Como pode?
Ser assim,
simplesmente esquecida.
Virar plateia do próprio show.
A pedra ainda está no meio do caminho.
Ainda não foi decidido.
Como pode?

(Monique Ivelise)

sábado, 19 de março de 2011

Baú de ouro

O que sou agora,
é um pouco diferente de amanhã.
O que sou agora,
é o contrário de ontem.
Ser ou não ser,
não me descreve.
Ou sabe lá?

Não me importo,
com tuas palavras,
com teus atos.
Não me importo.

Sou a contrariedades
antepassadas com um toque sexy
O que sou agora é tão complicado
que não me importo,
muito menos escrevo ou recito.

(Monique Ivelise)

Cee Lo Green e John Legend vêm ao Brasil em maio


Os cantores Cee Lo Green e John Legend, dois dos principais nomes da soul music da atualidade, vão se apresentar no Brasil em maio. Eles são as principais atrações do Urban Music Festival, que acontece na Arena Anhembi, em São Paulo, no dia 29 de maio.

A venda de ingressos começa no dia 28 de março, com o primeiro lote custando R$ 100. A partir do dia 04 de abril, o preço aumenta para R$ 160. Além de Green e Legend, o evento terá o rapper brasileiro Emicida e o músico americano Afrika Bambaata.

Cee Lo Green ficou famoso como a voz do Gnarls Barkley, do hit "Crazy". No final do ano passado, lançou o álbum solo "The Lady Killer" e fez sucesso com a música "Fuck You".

Já John Legend vem ao Brasil acompanhado da banda The Roots, com quem lançou no ano passado o disco "Wake Up", composto de clássicos do soul dos anos 1970 e 1980.

Essa será a primeira edição do Urban Music Festival. O evento deveria ter acontecido em 2010, com o rapper Timbaland como atração principal, mas foi cancelado.


Fonte:http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/musica/cee+lo+green+e+john+legend+vem+ao+brasil+em+maio/n1238170105631.html

Estes são os meus...

São seus olhos...

Que elogiam os meus olhos singulares
Comuns a todos,
Comuns a sabedoria popular,
Comuns a tudo que se entende

São seus olhos que vêem a boemia
Vêem o certo incerto
O desconcerto do mundo
A putaria da boa samaritana

Não são os meus que são;
São os teus que não são.
Não são os meus que são de mel,
mas os teus são levemente picantes.

Não queira deslumbra-los,
pois a piada de tua boca,
a pouco espalhou tolices.

Não queira fazê-los de brinquedos,
por que olhos também têm sentimentos,
mesmo que pequenos.

Então, apenas continue teu caminho,
para frente e não olhe para mim,
pois meus olhos são cegos e mudos.

(Monique Ivelise)

Tragédias gregas

Era amor?
Ou era ódio?
Éramos Julieta e Romeu?
Ou fomos Era e Hércules?

Era mente e coração?
Ou somente razão e emoção?

Se faz corte com o desprezo?
Com o silêncio?
O apagar dos olhos,
lança o esquecimento.
Lança o passado que podia ser presente.
Aliás, futuro.

Era amor?
Ou apenas uma comédia romântica.

(Monique Ivelise)

domingo, 13 de março de 2011

A própria semelhança de Deus

Auto-retrato

Sou das ruas.
Uma ladra de sortes.
Uma encantadora de serpentes,
que é mordida pelo desejo falido.

Uma prostituta de almas negadas;
Talvez, uma ambulante,
que vende a maldade de um olhar.
Uma viciada em danças desprezadas.

Uma abnegada, sem registro,
muito menos identidade.

Sou das ruas sujas,
contemporânea e periférica.
Sou do encanto descansado.
Sou o descabido com nome.
Sou?
Se sou, uma proposta:
O desvendamento!
Se sou, uma fantasia.
Se sou, um beijo.
Se sou, uma morte.
Se sou, uma brincadeira.

Mas se não sou,
Não me digas,
pois pra que se importar?
Sei estou há muito de descobrir.
O que resta: as ruas!

(Monique Ivelise)

Delírio comunitário

Por que não admitir?
Por que faz isso?
Não sabes que só tenho
um pequeno coração,
que sonha e desiste.
Faz da escrita a única fuga.
Ou melhor, a principal.

Então, quando me encontrares:
Olha-me, cala-me e beija-me.
Como se fôssemos desconhecidos;
nunca antes vistos.

Por que falar?
Se podemos poetizar?
Ou delirar?

(Monique Ivelise)

sábado, 12 de março de 2011

Era um poeta...


Cartola, no moinho do mundo

Você vai pela rua, distraído ou preocupado, não importa. Vai a determinado lugar para fazer qualquer coisa que está escrita em sua agenda. Nem é preciso que tenha agenda. Você tem um destino qualquer, e a rua é só a passagem entre sua casa e a pessoa que vai procurar. De repente estaca. Estaca e fica ouvindo.

Eu fiz o ninho.
Te ensinei o bom caminho.
Mas quando a mulher não tem brio,
é malhar em ferro frio.

Aí você fica parado, escutando até o fim o som que vem da loja de discos, onde alguém se lembrou de reviver o samba de Cartola; Na Floresta (música de Sílvio Caldas).

Esse Cartola! Desta vez, está desiludido e zangado, mas em geral a atitude dele é de franco romantismo, e tudo se resume num título: Sei Sentir. Cartola sabe sentir com a suavidade dos que amam pela vocação de amar, e se renovam amando. Assim, quando ele nos anuncia: “Tenho um novo amor”, é como se desse a senha pela renovação geral da vida, a germinação de outras flores no eterno jardim. O sol nascerá, com a garantia de Cartola. E com o sol, a incessante primavera.

A delicadeza visceral de Angenor de Oliveira (e não Agenor, como dizem os descuidados) é patente quer na composição, quer na execução. Como bem observou Jota Efegê, seu padrinho de casamento, trata-se de um distinto senhor emoldurado pelo Morro da Mangueira. A imagem do malandro não coincide com a sua. A dura experiência de viver como pedreiro, tipógrafo e lavador de carros, desconhecido e trazendo consigo o dom musical, a centelha, não o afetou, não fez dele um homem ácido e revoltado. A fama chegou até sua porta sem ser procurada. O discreto Cartola recebeu-a com cortesia. Os dois convivem civilizadamente. Ele tem a elegância moral de
Pixinguinha, outro a quem a natureza privilegiou com a sensibilidade criativa, e que também soube ser mestre de delicadeza.

Em Tempos Idos, o Divino Cartola, como o qualificou Lúcio Rangel, faz o histórico poético da evolução do samba, que se processou, aliás, com a sua participação eficiente:

Com a mesma roupagem
que saiu daqui
exibiu-se para a Duquesa de Kent
no Itamaraty.

Pode-se dizer que esta foi também a caminhada de Cartola. Nascido no Catete, sua grande experiência humana se desenvolveu no Morro da Mangueira, mas hoje ele é aceito como valor cultural brasileiro, representativo do que há de melhor e mais autêntico na música popular. Ao gravar o seu samba Quem Me Vê Sorrir (com Carlos Cachaça), o maestro Leopold Stockowski não lhe fez nenhum favor; reconheceu, apenas, o que há de inventividade musical nas camadas mais humildes da nossa população. Coisa que contagiou a ilustre Duquesa.

* * *

Mas então fiquei parado, ouvindo aa filosofia céptica do Mestre Cartola, na voz de Silvio Caldas. Já não me lembrava o compromisso que tinha que cumprir, que compromisso? Na floresta, o homem fizera um ninho de amor, e a mulher não soubera corresponder à sua dedicação. Inutilmente ele a amara e orientara, mulher sem brio não tem jeito não. Cartola devia estar muito ferido para dizer essas coisas tão amargas. Hoje não está. Forma um par feliz com Dona Zica, e às vezes a televisão vai até a casa deles, mostra o casal tranqüilo, Cartola discorrendo com modéstia e sabedoria sobre coisas da vida. “O Mundo é um moinho…” O moleiro não é ele, Angenor, nem eu, nem qualquer um de nós, igualmente moídos no eterno girar da roda, trigo ou milho que se deixa pulverizar. Alguns, como Cartola, são trigo de qualidade especial. Servem de alimento constante. A gente fica sentindo e pensamenteando sempre o gosto dessa comida. O nobre, o simples, não direi o divino, mas humano Cartola, que se apaixonou pelo samba e fez do samba o mensageiro de sua alma delicada. O som calou-se, e “fui à vida”, como ele gosta de dizer, isto é, à obrigação daquele dia. Mas levava uma companhia, uma amizade de espírito, o jeito de Cartola botar lirismo a sua vida, os seus amores, o seu sentimento do mundo, esse moinho, e da poesia, essa iluminação.

Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 11 de março de 2011

Hora da loucura poética!!

Insegurança

Posso tentar esquecer
as palavras dos outros
Posso sonhar com as perguntas,
em meio de respostas sem fim.

O que faço?
Digo-lhe:
Permaneço fiel,
ao teu sentimento amistoso.

Pois fantasias,
morrem a cada alvorecer.
Não que com ela,
falecer de encantos.
E por fim, continuar ao seu lado

(Monique Ivelise)