sábado, 23 de fevereiro de 2013

Confissões particulares

Não me faça como os seus modelos.
Não sou aquelas conforme suas rezas.
Então não me enfeite.
Meus segredos se fazem por partituras.

Meus segredos são compartilhados
na feira de domingo;
ao lados das folhas rasgadas,
como os legumes passados.

Não queira na sua espera,
um espelho de vertigem,
um verso de Vinicius.

Pois na verdade sou mais adepta
de Rubem Fonseca.

(Monique Ivelise)

sábado, 2 de fevereiro de 2013

O canto em verso (Iemanjá)

Oh minha rainha,
as tuas ondas se desfazem em reza.
Odò Janaina!
As vezes Iemanjá!

Teu canto em verso,
são flores em mel;
em águas de ressaca.
Teu louvor,
se fazem sob o verde maduro.

Oh minha mãe,
minhas oferendas não são dadas
em teu mar,
se não olhos e minhas palavras.
Iluminai minhas rotas.

Meus irmãos compartilham
meus paradoxos.
Ogum, Oxossi e Exu partiram,
e de mim, surgiu a história sem letras.
Então, minha mãe sereia,
fazei de minha objetividade
a tua primeira oferenda.

Salve conselheira dos mares,
fazei dessa navegantes
uma produtora de palavras,
como tu.

(Monique Ivelise)