segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Entre raios e perfumes


Se hoje cuspo raios e trovões
Foi por que um dia
comecei a recolher raios de sol,
chuvas ensolaradas.
Plantei pequenas gotas
de lágrimas,
de diversos momentos.

Se despejo tornados,
maremotos e tufões
em teu favor.
Por que um dia,
aprendi a rezar pequenas ondas.
Comecei a manipular
pequenos remédio
sem sabor.

Cozinhei chuvas
sem sal,
sem tempero.
Eis que se fez as tempestades.
Separações e emulsões
de alecrim.
Juntamente com alfazema,
que se converteu em sândalo.

Ao assar as tuas palavras,
destinadas a outras,
aprendi como as fragrâncias
nascem e também,
como se gera os fenômenos naturais.

Ao magicar os ritmos,
me fiz de rogada,
me fiz de pura,
de santa.
E cuspir aquarelas negras.
Ao magicar,
me consumi em cheiros de ralo,
de esgoto, de peixe.
Ao magicar os sonhos,
tornei-me sem conjugação.
Apenas um raro exemplo
de exceção.

(Monique Ivelise)

Nenhum comentário:

Postar um comentário