sábado, 25 de julho de 2009

Loucura


É necessário ser louco

O que se pode dizer da Fúria, que é encontrada em todas as pessoas, uma fúria que atormenta suas vidas, que traz tudo para o chão. Uma fúria que foi descoberta desde os primeiros minutos de vida do planeta Terra, que se mantém no presente e continuará pelo misterioso futuro, que nada sabe que nada vê ou ouve.
Fúrias que os gregos já denunciavam em suas obras, em seus pensamentos, em linhas e cantarolas, algo que é de difícil conclusão, mas fácil reconhecimento.
O furioso “sente os sentimentos” no auge da oportunidade, no auge do envolver, que queima as veias e percorre um caminho exato no corpo. Exemplo disso é a paixão, que consome os neurônios do cérebro, que aquece o que eles chamam de coração. Quem é apaixonado, não pensa, age; não respira, transpira. Tem um forte desejo, de querer, de obter a carne, com fúria no peito toma para si outro de maneira voraz, quase canabalista. Quem é apaixonada não quer saber de poesias, mas sim de movimentos, de sexualidade, de paison. Uma fúria que desperta os cinco ou mais sentidos que possam existir.
Um tango demonstra a maneira furiosa de ser, quando par se transforma em um único solista, que desempenha segunda a forma musical. Alguém que chegou ao êxtase de prazer já oferecido, que sente as formas geométricas, sem qualquer pudor ou vergonha. Um dançarino que molda sua vida, que molda os seus passos. Ao som do violino o casal desfalece em veneno perpetuo da transformação humana, desvia do real para se adentro no tal misterioso sem lógica.
A fúria tende a perturbar os corretos, que tem medo da aventura, medo de transpassar as cortinas da pontualidade, do relógio, que marcar os minutos de maneira desenfreada sem qualquer tolerância. Aproximas dos loucos que se mantém na forma mais pura de existir, que não se abalam com o medo e com o vermelho. Desejam o inevitável, quem sabe um pouco de sorte, antes de tudo desejam os pecados.
Monique Ivelise Pires de Carvalho