sábado, 23 de abril de 2011

Axé Ogum! Amém Jorge!


Amém nosso Senhor, Ogum
Axé Jorge!
Senhor dos caminhos,
o primeiro descer de Orun,
sem qualquer pleonasmo.

Santo guerreiro,
o que fez de ti?
Realmente mataste o dragão?
O que fez de tua dança?
Entre azuis e brancos.

Axé pessoa forte.
Impulsivo!
Apunha-la tua espada.
Mata teu demônio.

Salve Jorge!
Amém!

(Monique Ivelise)

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Marisa Monte e Novos Baianos - A menina dança

Simples existência

Transformado em anjo

Um dia te xinguei,
Um dia te amaldiçoei
Te fiz de não-ser.
Sonhei-lhe em meus tórridos pesadelos.

Seja pelo tempo,
pela saudade,
ou mesmo pelo pertencimento.

No entanto, hoje:
Agradeço-lhe:
Chamo-te de anjo,
um bom samaritano.
Qualquer entidade de bom coração.

Pois de ti, juntei-me.
Em ti, encontrei meu bem.
Encontrei minhas feridas,
já por sarar.
De ti, a benção que me atormentava.
Por ti, o desejo.

Então faço-lhe um anjo
de asas tropicais.
Produtor de bens.

Hoje,
guardo comigo tuas ordens.
Agora, voa em paz.
Segue teu caminho.

Amém

(Monique Ivelise)

John Legend - Save Room

Quem prendia as estrelas?

Quem realmente prende as tuas estrelas?
Será o senhor feudal?
Ou apenas um criança de rua?

Onde olho não vejo,
Onde quero, não tenho.
Onde sinto, não quero.

Fez de mim, um manequim.
Fez de ti, um quadro.
Fez deles, espiões.

Então, mestre: Onde estão?
Onde está a velocidade?
Onde está o vínculo?

O que fez de si?
As estrelas que estavam presas no céu.
Os tais sorrisos cotidianos,
sobre o horário de almoço.

Aqueles sentimentos...
Onde estão?
Secou, esfarelou-se;
Derreteu e se juntou a outros.

Por fim, não sei mais.
Antigas sensações não voltam mais.
O enigma continua,
Quem prendeu as estrelas?

(Monique Ivelise)



domingo, 17 de abril de 2011

sábado, 16 de abril de 2011

Invisível

Cobriram os meus olhos.
E agora que sou?
Marginal,
Criança.

Cobriram o meu falar,
minhas ideias,
minhas críticas.
Talvez, minha música.

Ataram os meus pés
e minhas mãos.
Debati sobre mim,
tentei dançar,
tentei mexer.
Fazer.

Taparam meu ouvidos,
estou cega!
Sem sentir tais ruídos.

Tornei-me :
Cega, surda, muda e
paralítica.
Tornaram-me:
Uma cópia, um retrato,
uma estátua.

Acabei-me em frente da
praça central da grande capital.
Bem ao meio.
Fiquei invisível.

(Monique Ivelise)

domingo, 10 de abril de 2011

Isto é fato!


Depois da bárbarie acontecida em Realengo, Rio de Janeiro; com a morte de 12 crianças. Vejo que há coisas que também devem ser levadas em conta. Uma delas é sobre o papel da mídia nessa loucura. Há quem fale, que especialmente de uma empresa de televisão bem conhecida à todos, fez uma ótima cobertura sobre o assunto, com links de minuto a minuto. Fazendo reportagens com crianças que presenciaram o fato absurdo, parentes e vizinhos; ou seja, as inúmeras pessoas que por ali passaram ou de alguma forma fizeram parte do acontecido. Isto é fato!
No entanto, vejo que essa tal "cobertura" foi carregada de um sensacionalismo peculiar, fazendo desta tristeza em um rentável produto, que deveria ser comprado por todos, nós, espectadores.
Então dai, faço-lhes a pergunta, que não quer calar: Qual deve ser o papel da mídia na sociedade?
Fazer-se de situações lamentáveis para se promover? Usar de crianças que acabaram de presenciar o terror na própria escola, e assim ter um depoimento que terá mais credibilidade?
Então, senhores: O que fazemos? Compramos tudo que nos é vendido pela televisão?
Isto é fato!
Sem dúvidas, o que vimos nesses dias, foi horrendo, a morte dos alunos da Escola Municipal. Mas se deve, tirar dessas situações opiniões críticas, pois do contrário continuaremos vítimas de um sistema que, também, nos mata a cada dia. Um sistema que faz o que quer, sem qualquer piedade.
Isto também é um fato! Ou era business, business!

(Monique Ivelise)

Raphael Saadiq - 100 Yard Dash

sábado, 2 de abril de 2011

Era uma vez uma realidade escondida

Quando você menos espera que aparece a maiores lições de vida, em uma pessoa que você mais critica. Um sujeito qualquer, de uma rua qualquer.
Um dia, da semana passada, estava esperando ônibus para casa, depois de dar aula. Havia um senhor próximo de minha pessoa. A primeira impressão que tive deste homem, não foi tão boa, admito. Devido os seus trajes, o seu harmonioso bafo de pinga e seu olhar estranho. Tenho que admitir que estava com medo e trajada de um pré- conceito peculiar, infelizmente.
Continuando, estava somente eu e o senhor no ponto de ônibus. Após alguns minutos, já com a demora do ônibus, o senhor dirige a palavra a mim, então se inicia uma pequena conversa. Primeiramente falamos sobre as linhas de ônibus e seus respectivos horários. Depois, ele me contou que estava indo para uma fila para um atendimento médico, que seria somente no outro dia. Ele disse que iria para essa fila, por que tinha prometido a uma vizinha, que a ajudaria. Comecei a desconstruir a impressão que tinha sobre ele. Então daí, disse que tudo que possuía era ganhado, e não tinha precisado comprar nada até hoje e tinha muito orgulho por isso, e só tinha a agradecer à Deus por todas as coisas que conquistou até a data. Fiquei impressionada, como aquele senhor tinha tanta alegria em seu coração, e apesar de ter tão pouco, pelo menos pra mim era. Aquele senhor com suas roupas e sua cobertinha, que serviria de abrigo para madrugada mordaz que se aproximara. Aquele senhor, feliz que poder ajudar um ente querido da sua maneira.
Então começamos a realmente conversar, ele falou que perdeu sua mãe com 5 anos e seu pai, com 5 anos e 1 mês. Apesar desse fato triste, ele sempre permanecia consigo seus pais em todos os dias de sua vida, lembrava a cada momento. Seriam eles, segundo o próprio, que fornecia essas coisas, desde sua casa que morava, que não paga aluguel, seus presentes, e principalmente, sua vida.
Vocês devem estar imaginando o por quê de escrever isso.
Foi só mostrar-lhes, o quanto nós reclamamos da vida, totalmente à toa; o quanto nos prendemos à pré- conceitos tão bem construídos, sem ver que a realidade é feita dessas todas contradições que teimamos em tampar. São exemplos comuns, como esses que tiramos essas máscaras.

(Monique Ivelise)