sábado, 7 de fevereiro de 2009





Beyonce
Não satisfeita em gravar um novo disco, Beyoncé colocou seu alter-ego para trabalhar. Em "I Am... Sasha Fierce", o primeiro trabalho de inéditas desde "B'Day" (2006), a cantora fragmentou sua personalidade em duas versões: uma para falar de amor e outra para rebolar.No novo trabalho, Beyoncé entrega dois EPs que se juntam em formato de CD duplo e lembra que sabe fazer música para as massas em constante movimento. "If I Were A Boy" é um verdadeiro single pop --difícil ouvir e não sair cantando "if I were a boy I think I could understand". "Halo", uma parceria com Ryan Tedder, tem algo de Rihanna que fica na ponta da língua.Piano e cordas dominam faixas como "Ave Maria" e "Broken-Hearted Girl", com influências que ultrapassam o soul e o pop. Sem máscaras, Beyoncé aproveita para exercitar suas extravagâncias vocais e abusa dos falsetes, alguns deles constrangedores.Em músicas amargas, ela lamenta romances fracassados, dores de cotovelo e a desilusão com o universo masculino. Uma combustão de pormenores que desagua em baladas emocionais e inseguras com cara de trilha de novela.E então entra em cena Sasha Fierce, o alter-ego de Beyoncé que se preocupa mais com a pista de dança. No segundo disco, não há letra que se sustente sozinha nem emoção que justifique uma rebolada. A expressão maior está numa ininterrupta freqüência de batidas sincronizadas. A divertida "Single Ladies (Put a Ring On It)", primeiro single de Sasha, é o credo das solteiras na noite. "Radio" fala sobre ouvir rádio; "Diva" mostra como ser uma diva; "Video Phone" lembra como é ver imagens no celular. Talvez esse seja o motivo de o encarte do álbum abrir mão da impressão das letras sem conteúdo das músicas interpretadas por Sasha Fierce. É batida sob encomenda para coreografias elásticas. E com essa personagem vem todo o hip hop mesclando o pancadão sintético com as rimas assanhadas, bem conhecido por quem ligou o rádio nos últimos anos.