sábado, 13 de novembro de 2010

Comentadas vidas

Estou procurando por mim.
Não quero me encontrar.
Quero ser livre.
Vou fotografando as paisagens,
que insiste em ficar.
Capturo essências minhas, excitantes,
presas no oxigênio.
Pesco maneiras de não ser mais que sou.
Iscas que se desfazem na água.
Um meio de não me achar.
Sou um Lost americano,
uma Frida espanhola,
uma Garibalde.
Loucas
Insanas.
Permeáveis ao então.
Saudáveis ao talvez.
Estou procurando por mim.
Acaso ache, não me fale.

(Monique Ivelise)

Tempos atrás ( Poema antigo)

Aqui mora uma fortaleza,
abalada pelas relações.
Amores se desgastam como pedras,
que perdem seu status.
Perdeu a doçura do olhar,
o encanto em viver.
O vento, destruidor,
limpa os pequenos resquícios da paison.
Tempo, este, um senhor da morte.
Do vermelho que se agora se escureceu.
A rosa que se negreciou.
A fortaleza, um coração que se quebrou.
Sou rainha da ventania,
que foge através dos mares do esquecimento.
Aqui morou a fortaleza.
Aqui morou um coração,
que se embruteceu-se, faleceu.
Aqui mora alguém que se perdeu.

(Monique Ivelise)

Histórias...

Meu tempo é percorrido através de meio supreinvertidos
Tosado pelas senhoras gregas da vida.
As Parcas!Oh Afrodite!
Traz minha orientação, uma que não sei qual é.
Faço de vários tempos o meu presente.
Júlio de Cesar, índio brasileiro do Planalto Central boliviano.
Sou Cleopatra da Silva Vargas, escondida,
no meio de tantas loucuras.
Sou o antitempo da vaidade.
Me despi daquela farsa.
Hoje só sou alguém.
Que vaga pelo presente,
ou talvez pela loucura.

(Monique Ivelise)