segunda-feira, 30 de maio de 2011

Era cultura, ou era para ser


Não critique a minha palavra,
não cerque o meu olhar,
não faça de mim a tua musa.

Se sou a falácia policial.
Se seria a porra da fumaça.
Se sendo a latido do animal cansado.

Agora, faço nada.
Neste exato momento, fecho-me
as influências clássicas.
No segundo que se segue,
tolero e balbucio tolices para os patrões.
No posterior, politizo as viradas.

Bato a cara do infiel.
Desmantelo a qualidade de tartaruga,
que vende seu verde vivo para viver.
Soco a covardia de agentes do
"verbum vocus".

Logo após a selvageria ocorrida,
com mais palavras.
Volta ao caminha proposto,
porém invertido.
Na reza pretendida pela pastel.

Seguiu-se e
Amém!

(Monique Ivelise)

Sonhos de mulher


Foi para a janela,
se casar com o tempo passado.
Posto em um singular branco vestido,
em uma maquiagem branca
e um sorriso totalmente preto.

Esperava um oficial,
para o massacrante momento,
com seu sorriso preto.
Esperava a valsa vienense,
para cair em saltos.

Por sua vez, o noivo esperava
de canto a canto.
Esqueceu-se do horário marcado.
Pôs-se bêbado em um botequim qualquer.
Entre sambinhas de pingado.
Entre quitutes de sinhá Maria.

Enquanto isso,
chora a moça do preto sorriso.
Que um dia acreditou
em histórias de amor.
Espera na janela,
até que seu corpo parou.
Sem mexer qualquer partícula.
Parou,
como se fosse possível
voltar ao tempo passado.
Parou a preta do sorriso.
Cansou.

Então, sambou o noivo da preta rocha.
Comeu e comeu.
Comida e a fantasia.

Do outro lado, o sorriso quebrou
da preta que de branco traje.
Furou.
E também comeu.
Comeu!
As bactérias e o esquecimento.

A pequena preta
do sorriso preto pretado.
Foi e ficou na janela.
Desacreditou, parou e comeu.

Então, senhores pequenos, conto-lhes:
"Era um vez" que nunca começou,
mas comeu.
Era uma vez a tal do sorriso preto,
que iria casar com o passado noivo,
que o tempo se foi.
Se foi,
porém de barriga cheia e
de dentes brancos.

(Monique Ivelise)

Cuidado! Ambiente sem fio

Contei histórias em par,
do imaginário popular.
Contei que a verdade
da mentira.
Para o filho de teu modo.
Contei!

Fiz pequenas borboletas,
de papel colorido transparente,
para combinar com
tais histórias.
Fiz!

Eu pratiquei porcarias,
as mesmas que pensas,
as mesmas que desejas e
sugere.
Pratiquei!

Cansei de tantas babozeiras,
de tantas teorias vazias,
Sem pé e nem cabeça,
nem dedo e joelho descascado.
Cansei!

Então provoquei as mesmas loucuras,
inverti o organizado.
Baguncei, endoideci e piorei.
Sei!

Hoje, me encontro
calada pela academia.
Esfaqueada pela norma.
Hoje, matei tudo
que se tem conhecimento.
Matei e gostei.
Gostei e continuarei.

(Monique Ivelise)