domingo, 30 de outubro de 2011

Pare!


Pare!
Os seus olhos se fecharam
e foram por ai,
atrás das voltas que não voltam.

Foram viver,
enquanto tu, digníssima,
descreve-os.
Segundo o versículo
do livro esmaltado.
Segundo a prece sem fé,
do puro escrevista.

Sente!
Veja os trucídios do século nascente,
entre conversões de lixo
em corpos.
A beira da invisibilidade,
dos mesmos olhos brancos.
Veja o que se transformou
a ideologia da patente.
Aquela, carinhosa, ideologia
de tortos.
Converteu-se em símbolo contrário.
A fonte do afastação.

Acomode-se senhor:
as tais figuras representadas,
podem ser encontradas facilmente.
Junto com elas,
munição de reclamante,
prestes a estourar.
Apenas abra a janela,
a explosão se dará, meu senhor.

A explosão se dará, meu senhor.
A explosão; meu senhor.
Explosão meu.
Explosão.
Meu senhor.
Senhor?

Explosão!

(Monique Ivelise)

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