sábado, 24 de setembro de 2011

O som calado


Um tapa de luva sobre tua face,
que se fez novamente os elogios
de minha estranhez.
Sob a minha cor,
de fechados contornos
e claras histórias.
Sob minha forma corporal,
de pícara.

Aquela que modernizou
todas as ondas de azul marinho,
de transmissão de vozes.
Aquela, que sou,
mais que um som calado.
De atos programados
pelos grandes amostradores.

Aquela,
que fez sua condição,
imposta pela genética,
apenas um assassinato.
Assassinato de culturas,
de navalhas,
de receitas.
Mortes de posturas
de jambos dermáticos.
Morte dos olhos,
dos olhos.
Apenas um tapa de luva.

(Monique Ivelise)