terça-feira, 15 de novembro de 2011

Uma vez, sempre

Por estrelas douradas, fazem seu brilho.
Por rubra cor, a ousadia.
De negro, a garra daqueles que sempre utilizarão o sorriso.
Em seu hino se faz o sonho
de incansáveis torcedores.
Do choro da derrota,
o motivo da guerra da vencida.

Não foi a bola que te fez,
mas as águas de louvor,
que te conceberam.
Assim, de tua mistura,
foram criados as pessoas mais felizes,
mais guerreiras, mais valentes.

O teu escudo é a malemolência
dos inteligentes,
e teu hino, o conforto aos ouvidos.

Se hoje é secular,
amanhá sera milenar.
Ao coro:
Uma vez, sempre Flamengo.

(Monique Ivelise)


Parabéns pelos 116 anos!!!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Invenção de heróis



Um dia uma criança já deve ter falado que queria ser igual ao Super-Homem, poder voar, salvar vidas, com sua capa vermelha. Ser um herói de quadrinhos, herói de uma nação.
Todos os dia, nossa boca criar novos heróis e mata os vilões. A cada momento, a cada instante, a cada minuto.
Todos os dias aparece na televisão, histórias das mais diferentes, mostrando a descoberta da medicina, ou o que usar no próximo verão, ou mesmo a vaquinha do Seu José que dança a macarena.
Também aparece complexas e maravilhosas operações policiais em comunidades, como é o caso atualmente. Entre fuzis, 12's e estilingues, uma coisa de louco. E também há um discurso poético, M A R A V I L H O S O, por atrás. Eis que surgem os heróis da pátria de bananas.
Eliminando todo o lixo para fora, como deve ser feito todos os dias, sem cerimônias. Aqueles que trouxe a salvação para vida de todos nós, leitor e telespectadores das 21:00.
E agora Cabral? Já resolveu o teu enigma, quando descobriu a Ilha de Vera Cruz?
E a ralé? O que sobrou pra mim poeta? O que se faz com a miséria, com a fome, com o desemprego, com a falta de poesia nas cidades? Já voltamos a ser cartão postal com o SuperMan ao lado?
Temos os nossos heróis e esquecemos a memória, somos felizes, jogamos futebol, logo após sambamos até a madrugada.
Somos o povo feliz e cordial, dos quadrinhos.
Somos a massa exótica, que voa e acredita em Peter Parker.
Vendemos todos os dias as nossas bananas para caveiras de canivetes.
Reproduzimos a diferença social, matamos Jesus Cristo e bebemos em Copacabana, martines e goiabas.
Olha para a favela agora, meus queridos, veja se o teus heróis estão lá, se houve UPP's necessárias (União de Políticas Públicas).
Diga meu herói, você vai abrir a janela e dar as esmolas?

(Monique Ivelise)

Entre raios e perfumes


Se hoje cuspo raios e trovões
Foi por que um dia
comecei a recolher raios de sol,
chuvas ensolaradas.
Plantei pequenas gotas
de lágrimas,
de diversos momentos.

Se despejo tornados,
maremotos e tufões
em teu favor.
Por que um dia,
aprendi a rezar pequenas ondas.
Comecei a manipular
pequenos remédio
sem sabor.

Cozinhei chuvas
sem sal,
sem tempero.
Eis que se fez as tempestades.
Separações e emulsões
de alecrim.
Juntamente com alfazema,
que se converteu em sândalo.

Ao assar as tuas palavras,
destinadas a outras,
aprendi como as fragrâncias
nascem e também,
como se gera os fenômenos naturais.

Ao magicar os ritmos,
me fiz de rogada,
me fiz de pura,
de santa.
E cuspir aquarelas negras.
Ao magicar,
me consumi em cheiros de ralo,
de esgoto, de peixe.
Ao magicar os sonhos,
tornei-me sem conjugação.
Apenas um raro exemplo
de exceção.

(Monique Ivelise)

domingo, 13 de novembro de 2011

Cenário de acordes


Sempre andei sozinha pelos trilhos
Pelas agulhas, pelas palhas.
Fui pela linha lilás,
atrás de aviões de papel.
Atrás das nuvens de vento,
esperando um sopro de verdades,
Sopro de paçocas com leite,
com biscoitinhos de mel com canela.

Corri por janelas solitárias,
em busca de corações azuis,
com pintas vermelhinhas.
Com abelhas zunindo,
peças de Betovem com a bumba
e triângulo.
Eta coisa!

Sai por planos ocultos,
conversando com mestres de rock,
pulando vazantes com formigas,
dançando melodias com surdos.
Em planos ocultos,
minha mente afastada,
do meus.

Sai por ai,
vivi sozinha
através de sonhos vendidos
no comercial da novela.
Enquanto se vende
uma vida perfeita.

(Monique Ivelise)

sábado, 12 de novembro de 2011

Medidas

A minha liberdade
por um grão de arroz.
Aceitas?

A minha sorte,
por um tapa na cara.
Ainda que leve,
mas arrogante.

O meu corpo,
por uma laranja,
doce e sem sementes.

Um preço justo
por coisas sem o uso devido.
Um preço devido
tuas pretensões.

De meias patacações,
de meias loras,
de 1/2.

A minha palavra
por uma moeda.
Escolha qual valor.

Aceitas meu senhor?

(Monique Ivelise)

Posso?


Posso poder o teu poder
de pedir a tua mão para
uma viagem de pedaços.

A tua mão de pancadas,
totalmente ironizadas,
conceitualizadas, esmagadas;
mas ainda mãos.

Posso pedir os teus olhos,
os mesmo que sempre dizes
em tua poesia.
Olhos de ressaca, brancos,
negros, mulatos, são os olhos.

Também posso pedir teus pés,
cansados, descalçados, descarnizados;
Pés de atleta, atriz, de moleca.
Ainda pés.
Pés.

Posso pedir teu beijo,
que outros já foram feitos,
em outras bocas.
Beijo de sorrisos,
de morte como uma viúva negra.
Beijos frios, distantes.
Distantes beijos.
Ainda beijos.

Posso?
- Não!

(Monique Ivelise)

sábado, 5 de novembro de 2011

Common - Blue Sky (Official Video)

Artigos baratos


O novo programático sonho
de um povo,
se fez diante do som de cola.
Aquele povo que aplaudiu,
as montagens de peças nazis.
Aquele povo que matou
o senhor das escrituras.
Oh povo sabido!

Oh povo de moedas,
de ouro de mestre.
Oh de céus azulares.

Construiu assim
a nova dinastia,
de mortos e loucos personagens.
Construiu assim,
a nova empresa de abridor.
Destruiu assim,
a sua maneira.

Se não acredita,
bem vindo ao inferno
de emoções baratas;
de lágrimas baratas;
de artigos baratos.

Encontrados na seção de 1,99

(Monique Ivelise)