domingo, 17 de março de 2013

Dedicatória a majestade

Minha tríade esquartejada
Meu terço partido
em  solução aguada,
em forte memórias.

Rescrevendo histórias como se fossem as mesmas.
Consertando as notas,
ao pé da página.
Recontando fatos jamais acontecidos,
senão em passo calmo.

Foram feitas as apostas.
Foram incomodas as vertigens.
Foram usados os batons vermelhos.
Foram colocadas as palavras em um dobrado de papel.

Tudo sob observação mestre.
Daquele que se calou.
Não falou.
Não teimou.
Apenas quis permanecer valvular por outros.
E permitir-se um sorriso em forma de não.

(Monique Ivelise)

Tatuagem

O silêncio já causou rachaduras
O seu ato, a rotina.

Não me peça o murmúrio
Não me faça tatuagens de ar.

Surpreso?
Os loucos se fazem transparentes.

O seus ritmos...
Lourices...

Os meus encantos?
Já se foram.

Me peça uma palavra;
Lhe dou um momento.

Me peça uma loucura:
me avise a tua desgraça.

Não surpreenda,
se hoje me faço em seda.

Brilho sobre tuas conversas,
e mesmo assim, não queres ouvir.

Manda um beijo,
 a febre tatuada na pele.

(Monique Ivelise)

terça-feira, 12 de março de 2013

Gritaria

O mesmo não se pode falar
do escrito mal redigido
dos tortos olhares que não fazem pé
do ensinamento cristão.

fala-se em encantamento, 
sem saber em realidade.
fala-se de desejo,
apenas concretizado 
no real.
fala-se
apenas
fala-se


(Monique Ivelise)