domingo, 24 de junho de 2012

Michael Jackson - Três anos após- This is it


Depois de três anos da morte de um grande ARTISTA, o que resta falar, senão sobre essa arte.
O mundo da música mudou completamente depois do advento Michael Jackson. Há um antes e um depois, depois da concepção artística inserida pelo Rei do Pop.
Desde a dança e a criação do Pop, tal qual conhecemos.


Nessa data, o que vai ser lembrado é essa longa trajetória.

Michael Jackson - You Rock My World (Extended Version)

Uma pequena homenagem para um grande artista...


 

domingo, 17 de junho de 2012

Criolo - "Não Existe Amor em SP"

Modelagens

Cala boca!
Cala para as minorias,
lembranças de algo maior.
Não fiz de nada, para ser postulada como modelo.
Fiz de nada, ainda assim sou lembrada entre os pequenos.

Aquela que se desfaz em horas, de pequenos pecados;
segundo nosso são senhor .
Puritana, nunca serei.
Programa, me restará os centavos das noites.
Comentada, nos jornais malditos.

Fui posta no altar das madames, 
que se espelham ao casar.
No entanto, casamento não me pertencerá,
devido a minha crua história.
Não me pertencerá os hidratantes de mel,
somente as picadas das abelhas ao produzi-lo.
Sendo posta nesse altar,
virei a santa e pura inocência dos criolos, 
ao olhos dos repórteres.

Cala a tua boa, 
quando pensar mais uma vez em brincadeiras.
Fazer, outra vez mais, os mesmos movimentos.
Fazer, outra vez mais, as mesmas mortes.
Sou o marrom arregalado, com toques de canela;
na tua receita clandestina.

Não faço mais estes papeis,
não quero nada.
Cala a tua santa boca de porcarias;
cala o teu senso de galanteador.
Cala a boca, 
caso contrário eu mesmo a faço.

(Monique Ivelise)

Primeiro lugar

Queria ser a primeira pela última vez
a aquela talvez,
a amostra de vogais.
Ser a salvadora de tua pátria falida,
sem presidentes, sem poetas, sem herois.
Ser o ser sem dente,
pelo cansaço da mastigação.
Ser o nada ser, sem perguntas, sem questionamentos.

Me partir, parindo a porra da sensível ideologia.
Só falo assim, um monte de vigilâncias abertas.
Só penso assim, a partir de todos.
Só respiro venenos,
só contraio remédios.
Só mando pra essa porra,
os analfabetos poéticos.

Me parto sem parte qualquer,
qualquer mínima normalidade.
A última dos últimos tempos.
A primeira de primeiras crises.

Rasgo-me e fui despida,
em função de nada igual.
Rasgo-me, sendo sensação do circo.
A primeira dos últimos,
A primeira da fila sem ninguém.

Queria ser a primeira pela última vez,
a talvez nada,
de vogais amostradas.
Queria ser um lugar.

(Monique Ivelise)

Energia solar

Os postes se acendem conforme o pedido
do coronel das primaveras inconformadas.
Os postes acendem-se devido o produto acabado,
pelos mestres de ofício.
Os postes produzem luz,
uma luz escura,
de raios violentados.

Já não fazem postes,
como antes:
altos, imponentes e sábios.
Deu lugar a uma boa e misturada energia solar,
a uma boa e repudiada,
a uma visão distorcida dos ângulos adjacentes.

Ah meu amigo:
será possível lembrar de algo que nunca viveu?
Dos postes que iluminavam a nossa sacada,
o nosso caminho do parque.Energia
Diga-me:
É possível fazer da pena uma sinfonia?

(Monique Ivelise)

terça-feira, 12 de junho de 2012

Brianna Perry - Marilyn Monroe [Official Video]

Amour

Meus sonhos se foram casar com as imagens;
que foram visualizadas em meio de fantasia invisível.
Minhas opções não se restaram,
a seu mínimo par de palavras.

Se não faço nada, pareço nada.
Se não faço nada, ainda pareço nada.
Se não faço nada, nada pareço.

Andaria de mãos dadas,
se não fosse dia.
Andaria de pés atados, 
se não fosse festa.

O amor não é mais aquele com cartões.
Não é mais paixões, nem rimas.
Eis amor, dos infiéis e dos coronéis.
Eis amor dos pastéis.
Eis amor de tudo que dança,
como se fosse pensar em algodão.

(Monique Ivelise) 

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Vereda adocicada

As veredas já não são suficientes para propagar as ondas de calor,
de uma pequeno ser que vai por caminhos reversos.
Não é mais possível viver na árida corrente de cortes,
de viver em meios de tantos sim's.
Faço-me de  vida, em contramão ao passado das programações.
Faço-me de herói, ainda acentuado; aquele que ainda não passou por mudanças.
Faço-me de fantasma,  feito de algodão rosa; 
que ainda inventa novos sustos,
afim de contrariar todos os contras.

Sempre serei aquela vítima,
pela tarde.
Virei pelo chão seco, com sede e fome 
                                                   fome de caminhada mais eficazes
                                                                                         fezes por símbolos ultrapassados.
As veredas já não são suficientes, para garantir o sorriso de uma besta mulher,
que como eu, faz painéis pesados,
dobraduras de bolas de sabão,
sobre a chuva
.
As veredas já são suficientes para cobrir a primavera,
com as flores de verdade 
e fazê-las perfumadas.
Já não são suficientes em escolher os grãos de feijão durante o almoço;
em fugir por pontes quebradas.

Faço-me-ei em cravo,
em orvalho,
em pé de maracujá;
e criar em veredas.

Mesmo assim, já não é suficiente querer as bolas de sabão
revertidas em veredas.
Pois bolas de sabão não tem gosto de canela.

(Monique Ivelise)

terça-feira, 5 de junho de 2012

São máquinas, não as mesmas; mas ainda máquinas - Drummond/ Camões

A máquina do mundo
(Carlos Drummond de Andrade)

E como eu palmilhasse vagamente
uma estrada de Minas, pedregosa,
e no fecho da tarde um sino rouco

se misturasse ao som de meus sapatos
que era pausado e seco; e aves pairassem
no céu de chumbo, e suas formas pretas

lentamente se fossem diluindo
na escuridão maior, vindo dos montes
e de meu próprio ser desenganado,

a máquina  do mundo se entreabriu
para quem de a romper já se esquivava
e só de o ter pensando se carpia

Abriu-se majestosa e circunspecta
sem emitir um som que fosse impuro
nem um clarão maior que o tolerável

pelas pupilas gastas na inspeção
contínua e dolorosa do deserto,
e pela mente exausta de mentar

toda uma realidade que transcende
a própria imagem sua debuxada
no rosto do mistério, nos abismos.

Abriu-se em calma pura, e convidando
quantos sentidos e intuições restavam
a quem de os ter usado os já perdera

e nem desejaria recobrá-los,
se em vão e para sempre repetimos
os mesmos sem roteiros tristes périplos,

convidando-os a todos, em coorte,
a se aplicarem sobre o pasto inédito
da natureza mítica das coisas,

assim me disse, embora voz alguma
ou sopro ou eco ou simples percussão
atestasse que alguém, sobre a montanha,

a outro alguém, noturno e miserável,
em colóquio se estava dirigindo:
"O que procuraste em ti ou fora de

teu ser restrito e nunca se mostrou, 
mesmo afetando dar-se ou se rendendo,
e a cada instante mais se retraindo,

olha, repara, ausculta: essa riqueza
sobrante a toda pérola, essa ciência
sublime e formidável, mas hermética,

essa total explicação da vida,
esse nexo primeiro e singular,
que nem concebes mais, pois tão esquivo

se revelou ante a pesquisa ardente
em que te consumiste... vê, contempla,
abre teu peito para agasalhá-lo."

As mais soberbas pontes e edifícios,
o que nas oficinas se elabora,
o que pensado foi e logo atinge

distância superior ao pensamento,
os recursos da terra dominados,
e as paixões e os impulsos e os tormentos

e tudo que define o ser terrestre 
ou se prolonga até nos animais
e chega às plantas para se embeber

no sono rancoroso dos minérios,
dá volta ao mundo e torna a se engolfar,
na estranha ordem geométrica de tudo,

e o absurdo original e seus enigmas,
suas verdades altas mais que todos
monumentos erguidos à verdade:

e a memória dos deuses, e o solene
sentimento de morte, que floresce
no caule da existência jamais gloriosa,

tudo se apresentou nesse relance
e me chamou para seu reino augusto,
afinal submetido à vista humana.

Mas, como eu relutasse em responder
a tal apelo assim maravilhoso,
pois a fé se abrandara, e mesmo o anseio,

a esperança mais mínima - esse anelo
de ver desvanecida a treva espessa
que entre os raios do sol inda se filtra;

como defuntas crenças convocadas
presto e fremente não se produzissem
a de novo tingir a neutra face

que vou pelos caminhos demonstrando,
e como se outro ser, mais mais quele
habitante de mim há tantos anos,

passasse a comandar minha vontade
que, já de si volúvel, se cerrava
semelhante a essas flores reticentes

em si mesmas abertas e fechadas;
como se um dom tardio já não fora
apetecível, antes despiciendo,

baixei os olhos, incurioso, lasso,
desdenhando colher a coisa oferta
que se abria gratuita a meu engenho.

A treva mais estrita já pousara
sobre a estrada de Minas, pedregosa,
e a máquina do mundo, repelida,

se foi miudamente recompondo,
enquanto eu, avaliando o que perdera,

seguia vagarosa, de mãos pensas

domingo, 3 de junho de 2012

Identidades apostadas


Já não faço parte daquele modelo,
que estipulou para minha figura.
Não sou alegre, para te fazer rir.
Não sou triste, para te dizer conselhos.
Faço sim outros longas, com outros atores;
com outras paisagens.

Continuo em preto em branco,
em função de aparentar mais coerente,
para tuas imagens.
Continuo em preto e branco,
em desejo da plateia que já se foi.
Continuo branco em preto,
para que seja eu, a aposta das noites.

Sou assim, fui assim e não continuarei assim.
O que transpassar são os meus olhos contornados
e seu fundo amargo.
O que resta são as vírgulas,
que perpetuarão para um doce sempre.
O que vai,
será ao teu lado,
a longa visão de algo ou alguém,
que ainda dá passos dançando.

(Monique Ivelise)

BILL WITHERS JUST THE TWO OF US

The Impressions Its All Right