segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Flores

Um monte de mentiras ,
tudo que falo
tudo que pincelo
Várias mentiras

Choro sozinha
nos princípios individualizados
choro e minto
quando não está nada por perto

Sinto ciúmes das flores
quero o presente não dirigido
Minto para morrer
A história é contada como é
e eu choro na página colada.

Um monte de mentiras
várias lágrimas
mentiras
chuva.

(Monique Ivelise) 

domingo, 22 de setembro de 2013

Meias propostas

Quase se foi por ai sem querer.
Quase fez o que queria,
mas seu dono não disse.
Quis um medo sem ser o seu.
Procurou o visível,
bateu com o vento.

Oh a senhora perdida;
entre mais e males.
Entre um encanto quase perfeito
e um sorriso sempre pintado.
Oh sem registro,
não se pinta mais em rubro
faz-se de uma quase brincadeira.
Já não colore a pele de manhã,
perverte alguma alma sem solo.

A quase mulher da rua
entre duas medidas
e um único jeito de olhar.
A quase tudo
ou um meio nada,
Apenas um diálogo mal feito.

(Monique Ivelise)

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Querências

Acordei  de nada,
parada por ai.
Fingindo não fingir
saudando uma sorte não minha.

Fui
e vi nada
cansei por nada.
Sonhei o nada.
Obrigada,
por nada.

(Monique Ivelise)

domingo, 15 de setembro de 2013

Milton Nascimento & Lô Borges - O Trem Azul

Bom dia

Os meus passos já não são mais controlados,
voltou a primeira marca,
voltou para última lágrima.
Ainda, relembrando, meias páginas.

Minha voz ficou rouca,
sem nada.
Sem dono, ficou falha.
Fez a tentativa de soltar uma onda,
sem qualquer sucesso.
Fez de nada, para nada.
Ouve, sim, as músicas
que escolheram para minha entrada.

Como se faz?
Como chorar, se poucos segundos se passaram?
Como sorrir, se nada plenamente foi concebido?

Obrigada.
Por voltar e depois dizer um adeus.

(Monique Ivelise)