domingo, 30 de outubro de 2011

Pare!


Pare!
Os seus olhos se fecharam
e foram por ai,
atrás das voltas que não voltam.

Foram viver,
enquanto tu, digníssima,
descreve-os.
Segundo o versículo
do livro esmaltado.
Segundo a prece sem fé,
do puro escrevista.

Sente!
Veja os trucídios do século nascente,
entre conversões de lixo
em corpos.
A beira da invisibilidade,
dos mesmos olhos brancos.
Veja o que se transformou
a ideologia da patente.
Aquela, carinhosa, ideologia
de tortos.
Converteu-se em símbolo contrário.
A fonte do afastação.

Acomode-se senhor:
as tais figuras representadas,
podem ser encontradas facilmente.
Junto com elas,
munição de reclamante,
prestes a estourar.
Apenas abra a janela,
a explosão se dará, meu senhor.

A explosão se dará, meu senhor.
A explosão; meu senhor.
Explosão meu.
Explosão.
Meu senhor.
Senhor?

Explosão!

(Monique Ivelise)

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Rendição

Quero ver sob à sorte,
sob os olhares de meu,
quem sei que fosse.

Fosse talvez apenas um
sonho.
De figuras (in)lustradas
entre céu, de tua posse.
E o outro, que se rendeu
a maioria.
Rendeu-se e se foi.
Foi para nunca mais
servir.
O coração de alguém
que nunca se
rendeu as palavras.
Não se rendeu aos sonhos.
Não se rendeu ao não.

(Monique Ivelise)

Rabo de olho


Ainda sinto o perfume
do beijo do rosto.
Feito de sonhos científicos,
cordial e pacífico.
Do abraçado beijo seminarista
Do querido e idealizado abraçado beijo.
Do querido e abraçado virar de
olhos para direita.
Virar?
Um medar de olhos
fuzilante.
Um virar para esquerda
direita pra trás.
Quem sabe visualizar
outra cena transparente.
Visualizar, quem sabe, um sorriso xadrez
à esquerda, da sua esquerda.

Enquanto isso...
o grande, o grande, falava
o senhor que mexia, tremia
a mesa.
do tempero do cantinho que
algo pudesse ficar quietinho.
Dizia ele.

Outro, enquanto isso...
Surgia o rabo de olho
para o olho acompanhado
da direita, da sua direita.
Que também vigiava o
meu olhar da esquerda,
não para minha direita
e da sua esquerda.
Quem sabe do meu sorriso,
escondido e calado.
Vivendo acabado
mundo das flores brancas,
claras brancas claras flores.
Vivendo entre rabos de olhos
para minha direita.
Vivendo vigiado entre
flores brancas claras,
e sorrizados.

(Monique Ivelise)







terça-feira, 18 de outubro de 2011

Miserar


Ei rapá!
Não vistes a placa?
É surdo? Cego?
Então vá, segue-a;
É para o bem comum
dos hipócritas.
Aqueles que pagam o
teu mísero salário.
Aqueles que pagam a
tua sorte, a tua inocência.
Tal ação ajudará
as minha finanças pintadas.

E ai camarada!
Entendeu?
Mesmo que o mundo de dê
paios, está ai a placa.
Vira gente, seu verme!
É tão difícil assim.
Soletre-as assim:
"É proibido sonhar".
Não foi difícil né.
Então volte a
miserar.

(Monique Ivelise)

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Deixo

Deixo
os raios surgirem no meio
dos teus olhos.
Deixo
fugir as brincadeiras
de pequenos repentistas.
Deixo
as letras surgirem delante
a frente do bastardo
sortudo.

Fazer assim,
um silêncio de barulhos,
para correr em outra direção.
Correr de ti,
amante de segundas e quintas.
Correria
de passagem.
Correr de teus hábitos
de menino crescido;
esquecido das intransigências
da celeste vida.

Deixei, corri
e vim escrever
tonterias de pingos
de pimenta.

(Monique Ivelise)

domingo, 9 de outubro de 2011

(In)lembranças

Se você voltasse, seria um deserto.
Se você dançasse, seria apenas um vulto.

Como estou cansada de cópias:

Calma!
Eis o puro exercício
do nada sobre nada.

Tudo que fizer,
será apenas um espelho.
De editações ou escarneações.
De besteiras.

Mantenha-se!

Perto de ...
De que mesmo?

Furei a fila,
e foi, eu mesma,
comprar meu passe de liberdade.
Da coisa que nunca quis.

Mais um pouco!!!

Parada no meio
do ...
joguei um artefato curioso
na janela,
e só encontrei pétalas,
dentro da rachadura.
Somente água,
querendo sangue.

Espere!
Não?
Então:
Retire-se.

Não há medo do que faz
pela ausência de sons.

(Monique Ivelise)

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Segredinho

Quando uma palavra, o não.
Quando um ato, a recusa.
Quando a virada, desaforo.
Sob a festa, o sonho.
Da notícia, um alento.
Entre a pessoa, a mentira.
Pela pele, um trocadilho.
Perante a confusão, a liberdade.
Um louco, o desentendimento.
Do pouco a mais, o céu.

Sobre a minha palavra, o choro.
De meu ato, exótico.
Minha virada, pulada.
Notícias minhas, perante um pouco.
De minha festa, apenas os sons.
De pessoas, nada sei.
Pele minha, rarefeita.
De confusões, habituadas.
Da loucura, uma iniciante.
De pouco a mais, quem sabe um possível entendimento.
De pouco a mais, tua eliminação.

De restante, apenas um segredo.
(Monique Ivelise)

sábado, 1 de outubro de 2011

Vitrines de luxo


Produtos esquecidos.

Somente a Esperança


Quanto vale o nosso arrependimento. Na situação, que se encontra um nobre pensador. Elevado pela consequência dos erros da vida...Ele pensa, que ninguém pode ver o seu arrependimento. Pelo fato, dele estar privado num lugar de tormento. Ele perde, o contato com o mundo lá fora. Ele se sente preso nos grilhões da vida. Excluído pelas pessoas que deveriam acreditar nele. De repente, no lugar em que se encontra. Daí, no meio de toda aquela atribulação. O nobre pensador, sente em si mesmo, uma enorme força de vontade. Que o faz enxergar, que nada está perdido. Que ainda há esperança na vida dele. E toda esta força que brilha dentro dele. Revela um Deus, que vê o seu sofrimento. Todo o seu arrependimento. E vai fazer de sua vida um novo capítulo. E logo o nobre pensador, se emocionou, com tantas emocões boas. E apesar da situação em que se encontrava. Pôde ver, a sua liberdade através da esperança.

M. J.




*Texto de um chamado "infrator" pelos outros, que vivem dentro da dita "sociedade oficial" e tida a melhor.
São palavras que se fazem por meio, de todos os desenlaces feitos por tal feitoria, de costumes e produtora de diferença e de exclusão.
Quem disse que a arte não faz do esquecido?

Antídoto


Me abandone,
Me ignore,
Me negue.
Faça o que quiser. Faça.
Não se engane se um dia, se um dia.
O veneno for inserido no próprio produtor.
E daí surgir um novo gauche,
que sadaliza toda sua macunaimez.
O processo ser invertido,
contra sua própria acidez.
De gentis inocentes.
De poetis safis.

Então, meu caro amigo:
olhe a tua esquerda,
os piores venenos,
são os doces.
Os piores olhares,
aqueles que não se percebem.
Já as palavras,
as pequenas.

(Monique Ivelise)