terça-feira, 22 de maio de 2012

Uma só nota

Me falas todos os dias, que vou ficar sozinha na vida,
serei sozinha aos 30 e aos 50.
Não agradarei meus entes falecidos.
Não agradarei se não a mim mesmo.

Não programarei todas as minhas querências duplas,
em função de um nada, que vive em particular.
Serei uma só sem vez,
de brigar,
de chorar,
de amar,
de recusar,
tudo que se faz sem par.

Me falas, que não sou possível de rir de comédias
e chorar por dramas atuais.
Que só sei escrever em diários, o que queria falar
de meus inimigos.
E fazer atribulações somente nos ares irreais.

É, não vou dizer que falas apenas bromas,
mas também não sou exatamente o que desenhas,
se não uma bailarina sem chão.
Procurando uma nota para movimentar,
e quem sabe fazer uma sinfonia.

(Monique Ivelise)

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