segunda-feira, 23 de abril de 2012

Salve Jorge!


Sou a favor das armas de Jorge.
Sob um céu de lanças contra o meu dragão,
que me desvias das rezas lunares.
A favor dos sincréticos,
que me fizeram filha das fortes ferramentas.

Sou ofensiva e aguerrida,
como sua figura propagou.
Irmã sou do divino, da fartura e do amor.
Oh meu pai,
ajudai-me a vencer as forças naturais.

Desconfiei as tuas intenções,
para minha gente,
analfabeta das pequenas palavras de revolução.
Desconfiei as tuas guerras,
da morte do monstro,
que lançam obscenidade
para esse ingênuo povo.

Então, sou vestida com tuas armas
e com teu canto de orixá ferreiro
Oh meu pai: Ogum, as vezes, Jorge.
Salvai-me desta terra,
longe de Ife.
Salvai-me deste mundo,
cada vez mais repressor e conservador.

Oh meu pai:
Provoque-me às ruas rezas,
leve-me a outro caminho,
de escritores impuros.
Salve Jorge!

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