domingo, 29 de maio de 2011

Pacto com o diabo

Compromisso fiz com a politicada,
dos tais escravos da filosofia.
Escravos da mãe gentil,
que se fez de verdes louros.

Um pacto com a cultura
da efervescente Coca-Cola
e do tênis colorido.

Já passei alisante no cabelo,
já passei um gel na ideologia,
na identidade.
Então se firmou o ritual.

Torno-me também um escravo,
firmando em compromisso,
com a Gentil materna.

Torno-me moderna,
com conceitos antigos.
O ser já não cabe.
O não ser, também não.
O que então sou?
O talvez a meio da estrada.
Talvez mestiçou, hibridou-se.
Talvez a ironia contraditória
moderna do século V a.C.

Digo talvez!
Porque talvez fez
pactos e
nada se tornou.

Digo: Talvez!
Porque é uma palavra
foneticamente fácil.

Digo: Talvez!
Por que, tú, leitor é
muito burro.
Ou melhor, desprovido
de racionalidade.
Precisas que fales,
o que precisas ouvir.
Ou melhor, tú, é
desprovido de poesia.

Digo: Talvez!
Digas tú!
Ou cale-se para sempre!

(Monique Ivelise)

Nenhum comentário:

Postar um comentário