É rapaz, você queria que eu me rendesse aos teus galanteios,
de poeta de porta de buteco.
Você queria que eu fosse pronta para todas as horas,
de teu caprichoso desejo.
Você queria que eu nascesse de outra forma,
para quem sabe contrair algo sério,
não apenas minutos programados, que estão escondidos da maioria.
Você queria que eu nascesse em julho,
em outro país, durante o verão europeu.
É rapaz, você foi o colonizador da minha espécie,
colonizador da minha cor.
Foi você que me chamou a casa grande em dias de vela,
para perpetuar a tua hiprócita virilidade.
E assim, criar a grande massa das terras de ordem e progresso.
Terra de são sem senhor, onde tudo que planta não é servido aos pequenos.
Foi você que me chamou de produto de algumas qualidades,
de ancas grandes, com disposição para guardar todas as mentiras de seu discurso.
É rapaz, você que me libertou segundo as leis atrasadas;
com o próposito de fazer essa mesma terra se adequa aos princícios de igualdade.
Mandou-se por um caminho sem destino,
sem casa, sem dinheiro, sem parente, sem lágrima.
Tirou-me da casa de meus pais e compartilhou-me com seus amigos intelectuais.
Mandou-me por um caminho sem destino,
sem documento, sem imagem, sem cens.
É rapaz, hoje ainda quer me manipular,
segundo a suas máscaras, de bom cristão, que vai todos os domingos à igreja.
Quer que eu deixe minhas vantagens, adquiridas com a idade
para novamente render a bonitas palavras.
Quer que me comova, quando passo pela rua
e você consiga me categorizar, especificando-me como um produto exótico,
de pele não tão escura e olhos não tão claros.
A personagem ideal para teus anúncios,
aquela que é o meio termo, diante as incríveis verdades acabadas de sua boca.
Não é rapaz?
(Monique Ivelise)
de poeta de porta de buteco.
Você queria que eu fosse pronta para todas as horas,
de teu caprichoso desejo.
Você queria que eu nascesse de outra forma,
para quem sabe contrair algo sério,
não apenas minutos programados, que estão escondidos da maioria.
Você queria que eu nascesse em julho,
em outro país, durante o verão europeu.
É rapaz, você foi o colonizador da minha espécie,
colonizador da minha cor.
Foi você que me chamou a casa grande em dias de vela,
para perpetuar a tua hiprócita virilidade.
E assim, criar a grande massa das terras de ordem e progresso.
Terra de são sem senhor, onde tudo que planta não é servido aos pequenos.
Foi você que me chamou de produto de algumas qualidades,
de ancas grandes, com disposição para guardar todas as mentiras de seu discurso.
É rapaz, você que me libertou segundo as leis atrasadas;
com o próposito de fazer essa mesma terra se adequa aos princícios de igualdade.
Mandou-se por um caminho sem destino,
sem casa, sem dinheiro, sem parente, sem lágrima.
Tirou-me da casa de meus pais e compartilhou-me com seus amigos intelectuais.
Mandou-me por um caminho sem destino,
sem documento, sem imagem, sem cens.
É rapaz, hoje ainda quer me manipular,
segundo a suas máscaras, de bom cristão, que vai todos os domingos à igreja.
Quer que eu deixe minhas vantagens, adquiridas com a idade
para novamente render a bonitas palavras.
Quer que me comova, quando passo pela rua
e você consiga me categorizar, especificando-me como um produto exótico,
de pele não tão escura e olhos não tão claros.
A personagem ideal para teus anúncios,
aquela que é o meio termo, diante as incríveis verdades acabadas de sua boca.
Não é rapaz?
(Monique Ivelise)
um ritmo forte, cadenciado, bom demais de se ler!
ResponderExcluirMuito obrigada Lázara!!!
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