sábado, 25 de fevereiro de 2012

Voltas

Com medo?
O senhor com medo?
Da pequena figura que vos fala.
Sem qualquer perigo aparente.
De inocente candura
e de um triste sorriso.

Com medo?
De fotografias ilusórias,
de diversas faces
e também variados olhares.

Medo?
De um dia ter que voltar
e se deparar com a estranha
sensação de repúdio.
De voltar e não saber
se de razão possui.

Estranho para um personagem
como o senhor
que já passou por importantes
fatos históricos sem qualquer arranhão.
Estranho para uma pessoa
que já foi em Martes
juntamente com o marajá.

Medo de mim, querido?
Não matei
Não bati
Não quis.
Não sorteei
Apenas publiquei as ideias
de certo senhor medroso.

Por isso?
Hoje já mantém um amor
para sua vida,
sem qualquer aproximação
com tua antiga vida.
Possui um canino,
que todos os dias late
por sua chegada e pedi por comida.
Já tem um telefone móvel,
televisão e uma escova de dente.
O que quer mais?
Tornou-se um homem realizado e influente.
E ainda mantém um medo por minha pessoa?
Sem pé, nem cabeça?

O que realmente fiz contigo?
Maldição? Não
Frango? Não
Macarrão?
Vai saber...
Abacaxi?
Rendição?
Recepção?

Não fiquei na janela não é?
Esperando as palavras não mais chegarem.
Vivendo de rascunhos, sempre inacabados
sem previsão de término.
Foi isso...

Mantenho a ti um conselho
meu querido medroso,
continue com teu medo por mim.
Fique por ai, enquanto eu aqui
procuro formas de ti amedrontar
e rir das incríveis bromas paraguaias,
dos stand-ups londrinos
sem voltar a minha origem
de uma pícara mulher de comédias.

Medo?
Vá se tratar...

(Monique Ivelise)



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