Feito de música para falar de música. Bailante para dançar. Poético para poetizar. Louco para enlouquecer.
domingo, 28 de agosto de 2011
domingo, 21 de agosto de 2011
Um nome
Queria dizer um nome,
mas minha vida não deixa.
Aquele que não posso falar,
aquele que só posso ser nada.
Aquele que vive,
em órbita ancestral,
sem ligação com a Terra.
Queria que esse nome,
acordasse pra realidade.
Esse que não tem sobrenome.
Sem família.
Sem posse.
Apenas um nome.
Que faz de mim,
um esteriótipo de poetiza,
que vive triste,
por nunca alcançar a alegria.
Apenas idealizadora,
que vive em função da espera,
somente da espera.
Espera,
espera,
espera...
Apenas um nome,
e muitas esperas....
(Monique Ivelise)
sábado, 20 de agosto de 2011
Fotografias envenenadas
Amanhã verás em meu retrato,
que posso ser mais que
uma senduzante,
de teu lábios.
Verás olhos diferentes
dos meus.
Verá uma boca,
daquela que beijou.
Verá mãos mais firmes,
do que aquelas que te acariciaram.
Em meu retrato
pega fogo de ironias.
Pega sua inocência,
quanto aos atos idealizados.
E com ela,
brinca de interessado.
Poses,
pistas são.
Enigmas talvez.
Poses,
assassinatos da fé.
Trucidações de tuas palavras.
Amanhã, quando verás meu retrato.
Sairá mais confuso que antes,
e muito mais envenenado.
(Monique Ivelise)
sábado, 13 de agosto de 2011
Vai entender
Se veio, não vi.
Se cantou, parei.
Se beijou, cuspi.
Se acariciou, manipulei.
Se comeu, envenenei.
Se morreu, parti.
Se voltou, rezei.
Se pedi, quebrei.
Se encarnou, salguei.
Se insistiu, macumbei.
Se desistiu, chorei.
E quis tudo de volta.
(Monique Ivelise)
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
E agora doutor?
Com licença, digno senhor
por acaso tens algum trocado,
pois tenho família,
que não tem nada para comer.
Estou aqui,
pois a vida não foi nada fácil pra mim.
Tive que comprar palavras duras,
tive que engolir todas metáforas
do seu mundo.
Alguns, quando me escutam,
acham que tenho uma linguagem bonita,
porém esta só a faço
como forma de aparecer
para senhores como tu.
Sei que essa é a única que
finge ouvir.
É a única que finge devorar,
pois sei que tu,
é um grande analfabeto
de palavras.
Como eu, sou de comida;
de oportunidade.
Então doutor de traje ternado,
tens alguma ajuda nos
teus bolsos?
Uma moeda que seja
que gastaria com a compra
de uma alma.
Vou agradecendo,
por minha sina,
de descobridor de palavras.
Vou amaldiçoando,
a tua pena,
que poderá sentir.
O que peço aqui
é um pedaço de pão;
não um ensinamento
de Chacal.
(Monique Ivelise)
domingo, 7 de agosto de 2011
Se foi a intenção...
As entre-linhas já não são necessárias,
pois os motivos já sumiram.
As iniciativas também.
Os encantos se foram juntos
com o correio.
Se foram para um lugar desconhecido,
através de um remetente invisível.
Apenas se foram.
As meias palavras estão sendo apagadas,
por meio das ações também apagadas.
Estão indo embora em busca
de novos sentidos incompletos.
Em busca, quem sabe,
de novos suspiros
de novas paixões.
Longe das amizades pueris.
Longe de tudo que é concebido,
por minutos intencionados.
Longe de uma história que
se fez apenas nos meus
sonhos.
(Monique Ivelise)
sábado, 6 de agosto de 2011
Meros detalhes
A minha história não se faz
de acontecimentos,
mas de luzes.
Aquelas que se acendem
caso uma loucura se guie.
A minha história não se faz
de números,
mas de letras romanas.
Que estavam na sua boca ao acordar.
A minha história se faz
de gases
para ferimento.
As tais encontradas
em qualquer pronto-socorro.
Se fez de ataques,
de expulsão,
de exclusão.
De ões sem aumentativos.
Sem sentimentos.
Apenas comentários.
(Monique Ivelise)
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Animal sem estimação
Quantas vezes parei no meio da estrada,
esperando carona do desconhecido.
Quantas vezes não dancei até o final,
esperando a sorte de ser acompanhada.
Quantas vezes, não é meu amigo.
Sujei todas as paredes de amarelo,
esperando um raio de sol.
Molhei todo o chão de água,
esperando a maresia.
Quebrei todo o teto,
esperando sentir o cheiro de café novo.
Tornei-me um animal,
onde as lembranças foram embora.
Tornei-me um animal,
onde todas as ações tipicamente humanas
foram extirpadas.
Tornei-me animal,
para alimentar dos restos dos sonhos.
Tornei-me animal,
que desistiu da espera.
Animal sem estimação.
Como não sou estimada,
procurei novas histórias,
novos passados.
Como não sou,
as vezes tornaram completas.
Como não sou,
estou presa às vistas
do público a passeio,
que admira a nova atração.
Como não sou,
virei gente.
(Monique Ivelise)
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