Que se foda essa porra.
Oh digníssimo espaço pervertido,
Es tu cliente da modéstia,
que saboreia teus incríveis bombons.
Que vá, com prazer, à merda,
Tu que é vestido da
minha pura seda javanesa.
Tu, que faz parte de projetos sociais.
Tu, que sai nas fotos oficiais da ONU.
Tu, mestre da unha do pé de Baudelaire.
Tu compra inocências,
Tu que pinta a cara de verde e amarelo,
e faz discursos brancos.
Que se foda.
Sei que minha linguagem te provoca,
mas essa é única que irá sangrearte.
Meu chulo dialeto,
Minha desgarrada posição,
Meu olhar mulato,
minhas joias de plástico.
São essas responsáveis pelos
ataques que virá a sofrer.
Permanecerás ai?
Esperando pelo golpe final,
da analfabeta aqui.
Decida você!
(Monique Ivelise)
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