dos tais escravos da filosofia.
Escravos da mãe gentil,
que se fez de verdes louros.
Um pacto com a cultura
da efervescente Coca-Cola
e do tênis colorido.
Já passei alisante no cabelo,
já passei um gel na ideologia,
na identidade.
Então se firmou o ritual.
Torno-me também um escravo,
firmando em compromisso,
com a Gentil materna.
Torno-me moderna,
com conceitos antigos.
O ser já não cabe.
O não ser, também não.
O que então sou?
O talvez a meio da estrada.
Talvez mestiçou, hibridou-se.
Talvez a ironia contraditória
moderna do século V a.C.
Digo talvez!
Porque talvez fez
pactos e
nada se tornou.
Digo: Talvez!
Porque é uma palavra
foneticamente fácil.
Digo: Talvez!
Por que, tú, leitor é
muito burro.
Ou melhor, desprovido
de racionalidade.
Precisas que fales,
o que precisas ouvir.
Ou melhor, tú, é
desprovido de poesia.
Digo: Talvez!
Digas tú!
Ou cale-se para sempre!
(Monique Ivelise)
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