E agora que sou?
Marginal,
Criança.
Cobriram o meu falar,
minhas ideias,
minhas críticas.
Talvez, minha música.
Ataram os meus pés
e minhas mãos.
Debati sobre mim,
tentei dançar,
tentei mexer.
Fazer.
Taparam meu ouvidos,
estou cega!
Sem sentir tais ruídos.
Tornei-me :
Cega, surda, muda e
paralítica.
Tornaram-me:
Uma cópia, um retrato,
uma estátua.
Acabei-me em frente da
praça central da grande capital.
Bem ao meio.
Fiquei invisível.
(Monique Ivelise)
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